De João Sousa a Nuno Borges e Francisco Cabral: «Dentro de campo notou-se o ambiente na equipa»

Por Pedro Gonçalo Pinto - Março 5, 2022
Federação Portuguesa de Ténis/Miguel Pinto

João Sousa, Nuno Borges, Francisco Cabral, Gastão Elias e Pedro Sousa. Eis o nome dos heróis portugueses que construíram a vitória de Portugal frente à Polónia no playoff do grupo Mundial da Taça Davis. Seja pelo que fizeram nos encontros ou pelo empenho nos treinos, todos tiveram uma palavra dizer, como se percebeu pela conferência de imprensa de rescaldo do triunfo por 4-0.

João Sousa

“O meu objetivo principal era a vitória e estou muito orgulhoso por termos conseguido isso. O ambiente da equipa foi fantástico durante toda a semana. Depois dentro do campo nota-se. Já algum tempo não começava um encontro nas bancadas e foi diferente. Tentei transmitir um bocadinho a energia que estava a sentir no momento. Todos temos muita experiência em situações de Taça Davis. Às vezes o público não tem tanta tradição a ver jogos de Taça Davis, portanto havia que incutir essa boa energia. Foi isso que tentei transmitir e acho que coreu muito bem. Fizeram um excelente encontro apesar de não terem começado da melhor maneira. No final de contas, a vitória era o que queríamos. Tiveram uma grandíssima vitória e estou muito orgulhoso disso.”

“Eu estava sentado no balneário e a sentir-me desconfortável. Faltava-me alguma coisa. Já há muitas eliminatórias que isso não acontecia. Foi um bocadinho estranho ao princípio, mas é bom não estar tão tenso, ficar mais tranquilo. Foi diferente mas não pensei muito nisso ontem à noite. Só hoje.”

“Não tinha dúvidas nenhumas. Sabia que um encontro de Taça Davis é sempre muito especial. Para o Francisco, estrear-se sabia que ia ser diferente. Podia acusar ou não. Mas o mais normal é acusar um bocadinho a pressão. Tiveram um nível incrível, jogaram um grande encontro e estou muito orgulhoso disso. Agora é finalmente desfrutar depois de uma boa eliminatória e pensar no que aí vem.”

Nuno Borges

“O jogo teve muitos altos e baixos mas merecemos a vitória no fim. O jogo foi sempre com muitos break points e de repente vira, depois para o outro lado. Estas eliminatórias nunca são fáceis. O Rui sempre disse isso. É difícil acabar assim o jogo limpinho. Estivemos muito bem na nossa atitude, em continuar a acreditar e a fazer o que era preciso fazer. Mais contentes não podíamos estar com uma estreia a singulares aqui na Maia e para o Francisco a pares.”

“Não quero tirar isso tudo como garantido. Acabámos de chegar e temos muito para provar até lá. Há jogadores que vêm aí e que vão querer entrar neste lote. Vamos fazer tudo para representar sempre o melhor possível.”

Francisco Cabral

“Só tenho a dizer que é uma experiência inacreditável representar o meu país em Portugal. A estreia ter sido em Portugal tornou tudo mais incrível. Felizmente conseguimos o grande objetivo que era a vitória. A equipa teve um papel fundamental em tranquilizar-nos. O Nuno já tinha jogado, eu nunca. Eles têm muitas eliminatórias nas pernas, elas sabem os nervos que há numa estreia e tiveram um papel crucial na nossa exibição.”

“Pares? Foi uma aposta que eu fiz a partir de meio do ano passado. Valeu a pena porque o que aconteceu hoje foi muito especial. É sem dúvida para continuar.”

“Acaba por ser um campo que já conhecíamos bem. O Nuno treinou anos e anos e eu também. Jogámos no final do ano passado, o campo está quase igual, as bolas são as mesmas. As condições ajudaram-nos um bocadinho a saber o que fazer.”

“Nada dura para sempre, mas eles os três estão aqui para as curvas. Ainda vamos contar com eles para mais alguns anos. Alguém tem de assumir os próximos anos e esperamos estar cá para isso.”

Gastão Elias

“Fui a chave desta eliminatória. Não sei o que iam fazer sem mim. Tiveram muita sorte porque eu estava na equipa se não isto podia complicar muito. (risos) Em relação ao jogo não há muito a dizer. Ele não estava com muita vontade de estar ali, eu vi que ainda havia algumas pessoas e eu tentei tornar o jogo minimamente decente. Já ando nisto há alguns anos… Fico feliz pelo prémio, por fazer parte de um lote de jogadores portugueses que para mim e muita gente foram os melhores da história do país. Fico feliz por fazer parte desse lote. Espero estar cá para mais algumas.”

Pedro Sousa

 “Sabia que para esta eliminatória não seria das primeiras ou segundas opções. Mas a partir do momento em que o Rui me ligou a dizer que gostaria que eu estivesse a treinar cá, disse que sim. Felizmente o Rui acabou por me pôr na equipa mais tarde. Mas já vim a várias eliminatórias, muitas sabia que ia jogar, muitas que não. Neste caso, o meu trabalho era estar aqui a treinar e para mim está tudo bem. O objetivo principal foi conseguido. O João não vale a pena dizer muita coisa, mas o Cabral e o Nuno estiveram incríveis.”

O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt