Rui Machado nas nuvens: «Sinto-me um privilegiado por poder partilhar isto com eles»

Por Pedro Gonçalo Pinto - Março 5, 2022
Federação Portuguesa de Ténis/Miguel Pinto

Rui Machado não conseguia esconder a enorme felicidade que sentia depois de Portugal bater a Polónia no playoff do Grupo Mundial da Taça Davis. Ao lado dos tenistas que confirmaram o triunfo no Complexo de Ténis da Maia, o capitão da Seleção Nacional mostrou-se radiante pelo empenho de todos, mesmo dos que não jogaram, renovou o sonho de chegar às Davis Cup Finals e destacou o que fez a diferença nos encontros.

Rui Machado em discurso direto

“No Grupo Mundial estamos a falar de defrontar seleções muito fortes. Temos de ter algumas combinações que não tivemos no passado. Como se vê, jogar em casa é muito diferente de jogar fora. E jogar num acesso ao Grupo Mundial em casa é muito diferente de estar fora. Por exemplo, quando fomos ao Cazaquistão, se tivesse sido em casa acredito que podia ter sido muito diferente. É isso que tem de encaixar um bocadinho. O momento de forma dos nossos jogadores, o sorteio casa e fora. Agora temos opção de jogar com outras seleções e se se juntarem alguns fatores, sim, temos equipa para as Davis Cup Finals.”

“Tenho um banco de luxo. E referia-me a toda a gente, incluindo o Frederico Silva. Ter um João Sousa, Gastão Elias e Pedro Sousa no banco deste jogo de pares é especial. Sinto-me um privilegiado por poder partilhar isto com eles. Senti-me muito privilegiado por todos competirem comigo, por todos estarem comigo e porque todos me seguiram e ouviram. Todos estiveram comigo e com a equipa técnica em todos os momentos. Todos temos de ter esta semana como referência, o ambiente que se viveu no balneário, a amizade. Esta semana foi muito especial porque todos estiveram muito bem, souberam estar no seu papel durante todos os momentos e houve aqui coisas diferentes nesta eliminatória. Todos estiveram perfeitos.”

“O par não estava decidido. Deu-me alguma dor de cabeça fazer esta convocatória, escolher os jogadores. Vi-os competir na Maia, era a estreia do Francisco mas ao lado de um grande amigo dele, num sítio onde ganhou dois torneios consecutivos, as mesmas bolas. Havia uma série de factores que jogavam a nosso favor. Outro fator é que conheço bem o Francisco, sei que tem estofo. Estava à espera que pudesse ficar nervoso, o que é normal, mas esperava que reagisse como reagiu. Foi um campeão na maneira como jogou, como se encaixou com o público, como se desenrascou nesta primeira vez. Tinha umas opções de luxo, mas foi saber que tenho um João Sousa que pode jogar um par e passado meia hora o singular. Isso pesou porque sei que não é fácil. Fisicamente tem essa disponibilidade, mas essa gestão emocional a mim pesou na maneira como fiz a equipa. Eles os dois juntos têm a estrelinha e felizmente correu bem.”

“A seleção na Taça Davis e na BJK é uma aposta da direção. Todos os elementos têm a noção de que têm e teremos todas as condições necessárias. Trabalhar assim dá gosto. Sei que se for preciso, vou ter essa disponibilidade. Tive oportunidade de agradecer em court mas nunca é de mais agradecer. Temos tido as condições e tenho tido essa capacidade de dizer que sim aos jogadores na maioria das vezes.”

O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt