Daniil Medvedev já sabe o que é ser número um do Mundo, sendo que foi o responsável por quebrar a hegemonia de Roger Federer, Novak Djokovic, Rafael Nadal e Andy Murray. Ora, o russo confessa que sente a falta do suíço, que se retirou na temporada passada em plena Laver Cup.
SAUDADES DE FEDERER
Todos sabíamos que a sua despedida estava próxima, mas esperávamos que pudesse voltar a jogar Wimbledon. Não dá para imaginar o mundo do ténis sem Federer. Quando comecei a ver ténis na televisão ele já lá estava. Toda a gente o descreve como respeitoso, uma grande pessoa, é uma lenda dentro e fora do court. Joguei contra ele três vezes e perdi as três. Lembro-me da primeira vez, em Xangai, com o Roger a fazer um grande ponto e o estádio a ficar totalmente louco. Naquele instante, aquele encontro foi o melhor momento da minha carreira. Tenho muitas saudades de Federer.
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MEDVEDEV É O NÚMERO UM MAIS ALTO DE SEMPRE
O ténis evoluiu muito graças ao Federer. A geração atual com Zverev, Tsitsipas e eu cresceu muito. O tamanho do corpo ajuda muito com o serviço e a potência das pancadas, mas movemo-nos muito bem apesar da nossa altura. Isso também se deve ao facto de o aspeto físico do ténis ter evoluído ao máximo como em todos os desportos. Ouço sempre isso de ex-jogadores, que no seu tempo o mais importante era o ténis puro e o aspeto mental, não se prestava atenção ao físico. Atualmente, se não trabalhas o físico, os teus adversários destroem-te.
EVOLUÇÃO DE ESTILOS
As capacidades físicas dos jogadores evoluíram a tal ponto que tens de acertar cada pancada para ir à procura da perfeição. Se subo à rede contra Alcaraz, por exemplo, sei que o meu vólei tem de ser perfeito se não fico em maus lençóis. Agora temos muitos tipos diferentes de jogadores, incluindo Maxime Cressy, que faz sempre serviço-vólei, mas tem sucesso. A tendência é dos jogadores quererem dominar na linha de fundo, mas cada vez há mais a subir à rede. Vimos isso no US Open com Alcaraz, teve muito sucesso a subir à rede.