Djokovic confessa que se interessa mais por defrontar Nadal do que Alcaraz

Por Pedro Gonçalo Pinto - Fevereiro 25, 2023

Numa longa e muito interessante entrevista com o The National, Novak Djokovic, que se prepara para competir no ATP 500 do Dubai, lançou um olhar à sua carreira e ao que mais o motiva neste momento. O sérvio não tem problemas em afirmar que prefere defrontar Rafael Nadal ao invés de Carlos Alcaraz, fala sobre o facto de ficar satisfeito se acabar empatado nos Grand Slams com Rafa e garante que Nadal e Roger Federer sempre o têm inspirado.

MUDANÇAS NA LONGEVIDADE

Tudo mudou muito no desporto. Há dez anos, quando se chegava aos 30, já eras velho para a competição de alto nível. Agora vemos LeBron, Messi, Federer, Serena, Nadal, Brady, todos a render ao máximo para lá dos 35 anos. Considero isso muito positivo porque pode ser inspirador para os mais jovens ao verem que não há limites temporais na sua trajetória. Presto atenção máxima à nutrição, ao descanso, ao sono, treino muito mentalmente, controlo quem está à minha volta, cada pequena coisa é importante. Acho que cada vez há mais desportistas que percebem isso e como fazer isso bem pode prolongar muito uma carreira.

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EXEMPLO DE FEDERER

Sei que a minha carreira está na reta final, mas acho que tenho a vantagem de ter aprendido muito com os meus companheiros do Big Three. Olhei para Federer como geriu a sua longa carreira e inspirei-me em Nadal com a sua atitude de nunca se render. Gostava que as pessoas me recordassem sempre pela minha dedicação ao ténis e devoção por este desporto, por alguém que constantemente procurou uma forma de evoluir, ser melhor a cada dia e superar-se a si mesmo.

PREFERE DEFRONTAR NADAL… A ALCARAZ

Neste momento, motiva-me mais enfrentar Rafa do que Carlos, por tudo o que está em jogo entre nós e por tudo o que temos partilhado. Acho que uma final de Grand Slam contra Nadal seria incrível. Ficaria satisfeito com a minha carreira se eu e o Rafa terminarmos empatados em títulos do Grand Slam. Claro que gostava de ter mais do que o meu maior rival, mas quando chegar o momento de me retirar, não terei nada para arrepender. Inclusivamente se me retirasse e ele ganhasse outros 10 Grand Slams. Talvez doesse não ser o recordista, mas nunca sabes quando é suficiente. É preciso ter um equilíbrio mental entre ambição extrema e aproveitar cada oportunidade, mas também estar orgulhoso de tudo o que já se conseguiu e ter humildade para aceitar o que achegar. Tenho uma luta interna para combinar isso.

O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt