Cabral e Matos felizes com vitória: «Quando um ia abaixo, o outro estava lá!»

Por José Morgado - Maio 30, 2023
cabral-matos

PARIS. FRANÇA. Francisco Cabral e Rafael Matos qualificaram-se esta terça-feira para a segunda ronda de Roland Garros, ao baterem os campeões do Australian Open, Rinky Hijikata e Jason Kubler em dois tiebreaks. No final do duelo estavam naturalmente contentes com este primeiro triunfo e fizeram um balanço positivo das primeiras semanas de parceria.

ALGUNS NERVOS

(CABRAL)

É muito positivo. Em termos de atitude e energia estivemos muito bem. Quando um ia abaixo, o outro estava lá. Eu comecei nervoso, tenso e à procura das sensações ideais, mas ele foi-me ajudado e com o desenrolar do encontro fomos melhorar e fizemos um bom encontro.

QUASE SEMPRE POR CIMA NOS DOIS SETS

(MATOS)

Estivemos break acima no primeiro set e muitas chances no segundo. Foi importante que mesmo perante essas oportunidades nos mantivéssemos em cima no tie-break, sem acusar as chances perdidas.

Francisco Cabral estreia-se em Roland Garros a bater campeões do Australian Open

NOVA DUPLA… COMO SURGIU?

(MATOS)

Troquei porque as coisas já não estavam a dar certo com o meu parceiro anterior [David Vega Hernandez]. Senti que estava na hora de mudar. Já conheço o Francisco à muito tempo, damo-nos bem. É um jogador com um bom serviço, muito completo e sempre gostei muito de vê-lo jogar. As coisas têm corrido bem

(CABRAL)

Já nos conhecemos desde os Futures mas ficámos mais próximos por estarmos os dois a jogar duplas nos mesmos torneios. Eu estava sem parceiro, ele convidou-me e eu aceitei logo. Fiquei muito contente e acredito que temos potencial para ir muito longe juntos.

COMPLETA PARTICIPAÇÃO EM QUATRO GRAND SLAMS

(CABRAL)

Antes do encontro brincámos com isso porque eu soube no ano passado que não jogava 12 minutos antes do encontro. O Rafa quando passou o minuto 12 disse-me que desta vez íamos jogar. Claro que fiquei muito triste e desiludido por não jogar no ano passado, mas depois joguei e ganhei em Wimbledon e por isso esses pensamentos negativos passaram-me rapidamente. Estou muito feliz por ter jogado e vencido aqui.

ROLAND GARROS E HERANÇA DE GUGA

(MATOS)

É um torneio muito especial para todos os brasileiros e o meu favorito até porque é em terra batida. Treinei toda a vida nesta superfície, vi o Guga ganhar aqui e é muito especial. Hoje havia muitos brasileiros em court e fizeram uma gritaria. Foi bom!

EXPECTATIVAS RESTO DO TORNEIO

(MATOS)

É continuar a treinar e manter energia. Podemos ser uma dupla muito perigosa. Claro que há duplas cabeças-de-série, que são mais experientes, mas a jogar assim podemos bater-nos com qualquer formação.

PRIMEIRAS SEMANAS DA DUPLA

(CABRAL)

O plano é continuarmos juntos, estamos inscritos em alguns torneios, incluindo ATPs em relva nas próximas semanas. Acreditamos no nosso potencial. Os resultados nem sempre são logo imediatos, é preciso que nos conheçamos primeiro, mas estamos bem, somos novos e ambiciosos.

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 13 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: josemorgado@bolamarela.pt