Van de Zandschulp pensou acabar a carreira em Roland Garros… e agora derrotou Alcaraz

Por Pedro Gonçalo Pinto - Agosto 30, 2024

Botic van de Zandschulp protagonizou uma das maiores surpresas pelo menos dos últimos tempos ao derrotar Carlos Alcaraz na segunda ronda do US Open 2024, algo que se torna ainda mais chocante se considerarmos o momento de forma que o neerlandês vive. Van de Zandschulp, de 28 anos, confessou que pensou mesmo acabar a carreira em Roland Garros, na sequência de várias lesões: rompeu os ligamentos no tornozelo esquerdo e teve uma infeção no pé direito.

Certo é que decidiu continuar e agora colheu os frutos, sendo que explicou o que esteve por trás da sensacional vitória sobre Alcaraz a caminho da terceira ronda em Nova Iorque.

PENSOU ACABAR A CARREIRA EM ROLAND GARROS

Nesse momento disse que estava a pensar nisso, claro, pela forma como tudo estava a acontecer. Lesionei-me no ano passado e ainda tenho problemas com isso. Tinha de continuar a jogar com dor, então estava em cima da mesma a hipótese de deixar de jogar. Vou dar tempo a mim próprio até ao fim do ano para ver como tudo corre. Mas sim, houve uma reflexão séria sobre isso.

CHAVE DA VITÓRIA

Durante o encontro joguei incrivelmente estável. Quando venci o primeiro set, por exemplo, pensei que ia acontecer algo, é um dos melhores jogadores do Mundo e iria voltar com um nível diferente. Mas quebrei-lhe o serviço muito cedo, ele devolveu e íamos a 5-5. Servi muito bem. Depois no terceiro set também pensei que ia acontecer algo especial. Fiz o break, ele devolveu. Até ao 5-4 do terceiro ainda tinha na cabeça que o Carlos faria algo especial. Pensei nisso durante todo o encontro.

Leia também:

DEFRONTAR ALCARAZ

Está a jogar incrivelmente agressivo, tentando muito dar um passo em frente. Tentei ganhar a adiantar-me um pouco, aproximar-me muito da rede. Lá fiz um grande trabalho, mas é alguém que pode fazer tudo. Tem direita ou pode fazer um amortie, procurar o winner, ir inside out ou inside in. Pode fazer tudo com uma bola de ténis e por isso é tão assombrosamente difícil defrontá-lo.

O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt