Tsurenko: «Penso sempre em desistir dos encontros com russas e bielorrussas»
Lesia Tsurenko ultrapassou o qualifying em Roland Garros e acabou por perder logo na primeira ronda com Iga Swiatek. No entanto, o ténis tornou-se em algo secundário para a ucraniana, tendo em conta a guerra que o seu país atravessa. Esse foi o tema mais forte da conferência de imprensa após perder com a polaca.
COMO É QUE SE SENTE
Não me sinto bem. Quando isto começou tudo a minha primeira ideia foi ir para casa e pensei muito se devia ficar ou ir para a Ucrânia e tentar ajudar de alguma maneira. Isto afetou-me muito em Indian Wells e Miami, mas depois de jogar em Marbella percebi que não tinha sítio para onde ir, onde treinar, onde viver, nem sabia se devia continuar a jogar. Já não tenho 20 anos, tenho idade para entender muito melhor como vai o mundo e sei quando há algo mais importante do que o ténis.
DECISÃO DE WIMBLEDON
Como ucraniana, acredito que se deve mostrar todo o apoio possível ao meu país, então acho que Wimbledon tomou a decisão certa. Claro que não gosto de jogar sem pontos, espero que o mundo mude e a mente dos jogadores possa evoluir também. Agora as coisas estão assim, não podemos fazer mais nada.
DEFRONTAR RUSSAS E BIELORRUSSAS
Não me sinto bem quando jogo contra russas e bielorrussas porque me lembra o que está a acontecer no meu país. Penso sempre em desistir desses encontros. A minha decisão final é jogar, já que não tenho 20 anos, não sei quanto tempo mais vou estar cá, então quero aproveitar a oportunidade de continuar a jogar. Por causa das lesões não competi muito nos últimos três anos, então penso renunciar a nenhum encontro. Mas é doloroso. Espero sempre não me cruzar com elas nos sorteios, mentalmente é muito complicado.