Simon: «A imagem que se tem de Federer não corresponde a 100%»

Por José Morgado - Novembro 28, 2020
federer-final

Gilles Simon, antigo top 10 mundial, tem estado bastante ativo nos últimos meses e dado imensas entrevistas sobre os mais diversos temas. Um dos ‘alvos’ preferenciais de Simon tem sido Roger Federer, suíço de 39 anos que goza de uma popularidade pelo Mundo que parece incomodar um pouco o tenista francês. A Simon não ousou em dar a sua opinião mesmo em entrevista ao ‘Blick’, um jornal suíço.

“Não tenho nada contra o Federer. Por que razão haveria de ter? Decerto que leram passagens de entrevistas minhas em que digo isto ou aquilo e que são tiradas do contexto. Admiro muito o Federer. Para mim o problema não é ele, mas sim os franceses. Estou farto de tentar explicar aos meus compatriotas que estão a perder tempo ao tentar copiar o Federer para tentarem voltar a vencer um Grand Slam. França sempre quis um jogador com ele. Com aquela elegância, técnica, que faça serviço volley. Mas quem joga como Federer e não é tão bom como ele — e ninguém é — não consegue vingar”, confessou o francês.

Simon voltou a dizer que não gosta da glorificação que é feita ao suíço. “É uma das coisas que me faz confusão. Para as pessoas, Federer tem de ser perfeito. Quando Nadal apareceu e começar a ganhar-lhe, diziam que tinha de estar dopado. Ninguém aceitava que alguém pudesse derrotar o Roger. Não desejo nada de mal ao Federer, mas se ele perder os recordes que tem talvez comecemos a valorizar também os outros jogadores. Quando ele deixar de ser o melhor de todos os tempos, as pessoas em França vão finalmente deixar de dizer que todos temos de ser como ele. É claro que ele tem muita classe, mas a imagem que se tem do Roger não corresponde a 100 por cento”.

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 13 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: josemorgado@bolamarela.pt