Rui Machado: «Foi uma decisão muito ponderada»
O tenista algarvio estava confiante de estar a tomar a melhor decisão ao terminar a sua carreira aos 32 anos.
“Estou bastante confiante de que estou a tomar a decisão mais acertada. Garanto-vos que foi uma decisão muito pensada, muito ponderada. É a maneira que eu sinto estar a ser mais fiel a mim próprio e à minha maneira de estar na vida. Sempre me dediquei de corpo e alma a tudo o que fiz, nomeadamente à minha carreira e vou continuar a fazer da mesma maneira nos meus próximos projetos.”
Machado afirmou que o corpo já não aguentava as exigências de uma carreira ao mais alto nível.
“O corpo estava a pedir descanso. Mesmo não tendo levado o corpo a ultrapassar os limites muitas vezes, cheguei à conclusão que este é o momento em que devo respeitar os muitos sinais que o meu corpo me tem vindo a dar nos últimos meses. Esta é a razão principal.”
Olhando para o momento em que decidiu enveredar por uma carreira profissional, Rui Machado crê que foi “provavelmente a decisão mais acertada” que tomou na vida.
“Não diria que o ténis me deu tudo mas incutiu-me a persistência, o espírito de sacrifício, a capacidade de trabalho, mas sobretudo a importância de ser humilde. Todas estas lições que aprendi vão servir-me de muito nas próximas fases da minha vida.”
Quanto ao quotidiano que foi o seu nos últimos 15 anos, o tenista de 32 anos destaca a exigência a que se é sujeito.
“Foram 15 anos de dedicação exclusiva, corpo e alma entregues a esta modalidade tão competitiva e tão exigente. Muitas horas de treino, muitos jogos, muitas vitórias, muitas derrotas, muitos momentos inesquecíveis mas também muitos momentos difíceis. A vida de um tenista é feita disso mesmo.”
“Saio orgulhoso dos resultados que consegui alcançar mas também das adversidades que consegui ultrapassar. Como sabem, a minha carreira foi marcada por algumas adversidades que não foram fáceis de ultrapassar. Felizmente ultrapassei a maioria delas.”
Rui Machado considerou muito importante e decisiva a fase inicial da sua carreira, quando com 15 anos foi viver para Barcelona.
“Parti para perseguir um sonho mas também com uma pressão: havia quem tivesse ido para lá antes de mim mas não tinha singrado. Tinha também o peso da responsabilidade perante os meus pais pois eles acreditavam no meu potencial desportivo e, portanto, tinha que ter capacidade de entrega.”