Nuno Borges: «Saio orgulhoso pelo trabalho que fiz»

Por José Morgado - Maio 22, 2022

PARIS. FRANÇA. Nuno Borges estreou-se este domingo em quadros principais de torneios de Grand Slam com uma derrota na primeira ronda de Roland Garros e no final do encontro mostrou-se orgulhoso da sua semana em Paris, apesar de uma derrota em quatro sets diante de um rival que já foi top 10 e num encontro em que até sentiu que poderia ter jogado melhor.

ENCONTRO DESAFIANTE

Condições não estavam fáceis e isso fez-se sentido um bocadinho mais no final do encontro. Senti que tive as minhas hipóteses e nem senti que fiz um jogo por aí alguém. Senti que podia ter servido melhor. Houve um ou outro detalhe. O serviço tem saído sempre de forma diferente em dias diferentes. Condições sempre a mudar. Quando o campo está mais pesado a minha bola não anda tanto e ele tem mais força do que eu para fazer moça na mesma, criar roturas. Eu estava mais ‘à rasca’ do que ele. Mas quando conseguia ser agressivo estive bem e a tirar proveito disso. Dentro das condições, foi um bom encontro e um bom torneio.

CANSADO DO QUALIFYING?

Foi a minha primeira vez, não tinha desculpas para me queixar de desgaste. Estava entusiasmado para jogar a cinco sets e à espera de tudo neste encontro. Queria ganhar, se tivesse chances e sinto que no primeiro set talvez pudesse ter feito o break primeiro a história tinha sido diferente. Num encontro a cinco sets, ele sente mais a liberdade para naqueles pontos de break do primeiro set estar mais solto. Para mim foi uma experiência nova e há que aprender com isto.

https:\/\/bolamarela.pt//bolamarela.pt//bolamarela.pt/nuno-borges-joga-olhos-nos-olhos-com-khachanov-mas-diz-adeus-a-roland-garros/

ESTREIA PERFEITA EM GRAND SLAMS

Não podia ter corrido melhor. Qualificar-me já foi ótimo. Parece que nem estou a jogar o meu melhor ténis e as coisas aparecem. Lutei muito, muitos altos e baixos, a certa altura pareciam dois torneios diferentes em dias diferentes apesar de campos um ao lado do outro. Saio orgulhoso pelo trabalho que fiz.

O QUE SE SEGUE?

Challenger em Lyon e depois Challenger de Ilkley em relva antes de Wimbledon.

RELAÇÃO COM A RELVA

Joguei nos juniores, dois torneios. Já nem me lembro da sensação de jogar em relva. Uma ou outra imagem. Levei duas tareias do Michael Mmoh. Está tudo em nevoeiro, mas sinto que o meu jogo até pode encaixar mais ou menos. Talvez tenha de subir mais à rede do que faço. Estou entusiasmado e pode ajudar a desenvolver mais o meu jogo.

MOMENTO FINAL COM OS FÃS DO COURT 14

Os espectadores são os mais exigentes mas também são quem me empurra para cima quando é preciso. Por isso faz sentido que sejam exigentes. Portugal merece ter mais resultados. É bom ter a atenção das pessoas. Gostava de ter dado todos aqueles autógrafos com outro sorriso na cara.

https:\/\/bolamarela.pt//bolamarela.pt//twitter.com/josemorgado/status/1528421499253755916

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 13 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: josemorgado@bolamarela.pt