Mouratoglou orgulhoso de Rune: «Defrontar Djokovic numa final é o mais difícil que há no ténis»

Por Pedro Gonçalo Pinto - Novembro 7, 2022

Holger Rune viveu uma semana sensacional, ao derrotar cinco jogadores do top 10 consecutivamente para conquistar o Masters 1000 de Paris. O derradeiro triunfo surgiu logo diante de Novak Djokovic, num duelo sensacional e extremamente duro emocionalmente. Algo que deixou Patrick Mouratoglou naturalmente orgulhoso do seu pupilo.

O QUE MUDOU

Ele tinha muitas oscilações nos últimos meses. Teve um momento de estar muito alto em Roland Garros, e depois teve várias derrotas consecutivas no verão. A primeira coisa que aprendeu foi a controlar as emoções. Foi o que permitiu que ganhasse esta final porque esteve muito perto de a perder. Apesar de ter perdido o serviço no primeiro set, não deixou fugir a compostura, não entrou em pânico, nada disso. Manteve-se concentrado. O Holger já tinha grandes capacidades mentais antes.

UMA FINAL COM DJOKOVIC

Defrontar Djokovic numa final é o mais difícil que há no ténis. A única maneira de lidar com um duelo assim é delinear um plano de jogo muito claro e ter um grande controlo das emoções que vão surgindo. Holger foi capaz de encontrar respostas quase sempre. É por isso que ganhou. Mas na realidade não é possível ensinar ninguém como se ganha a Novak Djokovic. É preciso ter algo especial, algo extra, e o Holger tem isso sem dúvida.

DIA EM QUE CHEGOU À ACADEMIA DE MOURATOGLOU

A sua capacidade mental foi o que me chamou mais a atenção quando chegou com 14 anos à minha academia. Não foram as suas pancadas porque não se destacava por aí. Mas a sua determinação, a confiança em si mesmo, isso realmente impactou-me em relação ao Holger. Teve uma mentalidade de campeão desde sempre, uma personalidade que o diferencia.

O QUE 2023 PODE TRAZER

Há várias semanas que está a jogar um ténis incrível. Mas a realidade é que acredita que pode melhorar bastante. Há elementos em que a margem de melhoria é bastante grande. Vamos trabalhar nisso quando a temporada acabar. Agora é top 10, mas essa não é a sua ambição. É bonito, mas o Holger quer muito mais do que isso. Não sabemos se já vimos o melhor ténis dele. É muito mais elevado do que há um tempo, mas há que melhorar e começar a colocar como normal o que fez hoje.

O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt