Gastão Elias: «Federer convidou-me para a sua suíte, deu-me a sua cadeira e almoçou sentado no chão»

Por Bola Amarela - Setembro 16, 2022

Gastão Elias, de 31 anos e presente na seleção portuguesa da Taça Davis, era ainda um ‘miúdo’ quando conheceu aquele que define como “o melhor da história”.

“Foi inacreditável a experiência que eu tive. Foi um bocado estranho, foi a primeira vez que o vi ao vivo quando eu fui para o Mónaco [treinar com Federer] duas semanas. Foi muito marcante ter [contacto com] uma figura daquelas, que só vias na televisão e basicamente é o auge do desporto que tu praticas… tive a oportunidade de partilhar duas semanas de experiências com ele, dentro e fora do campo”, revelou.

Naquelas duas semanas de “2006 ou 2007” – a memória do tenista da Lourinhã não o deixa precisar com exatidão o ano -, aquilo que mais marcou Elias foi a simplicidade do então número um mundial. “Lembro-me que houve um dia que me convidou a mim e ao meu treinador na época, o Luís Miguel, para almoçar na suíte dele. Estava só ele e a Mirka [a mulher de Federer] […]. Nunca tinha visto um quarto tão grande no hotel – só tinha 15 anos -, mas eles só tinham três cadeiras. Então, obrigou-nos a sentar eu, o meu treinador, a Mirka e ele comeu assim meio de pé, meio sentado no chão. Foi marcante porque, por momentos, fez-nos sentir como colegas”, lembrou.

Para o português de 31 anos, “vai ser difícil voltar a encontrar no ténis” alguém como Federer: “Tinha uma facilidade incrível. Tem ‘n’ bolas que só ele consegue fazer, jogadas que as pessoas nem imaginam que existem no nosso desporto. Ele, de vez em quando, aparecia com umas coisas novas que ninguém nunca tinha visto. A simplicidade, a humildade e, junto a isso, todos os títulos que ele teve, para mim fazem com que ele seja o melhor da história”.