Ruud revela o momento específico em que decidiu que tinha de ser muito mais agressivo

Por Pedro Gonçalo Pinto - Abril 4, 2024
Créditos: Millennium Estoril Open

Com um discurso honesto e descomplexado, Casper Ruud falou abertamente sobre uma mudança que promoveu no seu ténis. O norueguês tem surgido muito mais agressivo do que era habitual e os resultados estão à vista. Mas será que houve um momento para essa mudança se dar? Nós perguntámos e o norueguês, que avançou para os quartos-de-final do Estoril Open, respondeu de forma clara.

DEFESA DO TÍTULO

Desde o primeiro momento em que aterras no aeroporto ver o que lembrar as do ano passado, às vezes até ficas no mesmo hotel do ano passado. traz boas memórias. É uma paragem muito boa este ano. É uma pena que ainda não tenha encontrado um espaço no calendário do próximo ano. Espero que consigam. É um sítio perfeito para vir jogar. No ano passado ganhei o torneio. Estou a tentar aproveitar, tenho treinado muito bem em terra antes de ir para Monte-Carlo. Hoje estava a nevar na Noruega, então não fazia sentido estar lá, é bem melhor estar cá.

COMO SE SENTE

Este início de ano tem sido muito melhor. É o melhor que já tive. Espero continuar em boa forma, ter uma muito boa temporada de terra batida. Começou muito bem aqui no ano passado e depois houve algumas derrotas desapontantes, mas acabou bem em Roland Garros. Espero que este ano tenha resultados mais consistentes.

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MAIS AGRESSIVO ESTE ANO

Houve um momento específico. Quando perdi na segunda ronda do US Open contra o Zhang, que é um jogador muito bom, foi um encontro muito duro de cinco sets. Mas senti que estava a correr à volta a defender durante cinco sets e ele estava a controlar o encontro. Sentei-me, voltei ao balneário e disse a mim e à minha equipa que era altura de fazer uma mudança porque não é divertido estar sempre a correr a defender e a fazer slices. A partir daí tentei muito nos treinos ser mais agressivo, jogar mais rápido na direita e esquerda e aceitar que haverá mais erros. No ano passado, se virem a velocidade média das pancadas veem que estive 5 km/h abaixo em relação a 2022. O objetivo em 2024 é recuperar esses 5 km/h ou até mais. Vemos Sinner e Alcaraz e estão a destruir a bola. Eu sinto que tenho a potência, só tenho de a usar da melhor maneira.

ESTREIA EM TERRA

Pode ser a minha melhor estreia. Tive uns anos em que joguei os primeiros na América do Sul, mas não faço isso há uns anos. O meu encontro em terra no ano passado não foi o melhor. O Arthur Fils esteve a brincar comigo em Hamburgo, destruiu-me. Foi melhor agora em terra claramente. Estou muito agradado com isto. Botic é um grande jogador e já tive vários desafios com ele, então batê-lo dá-me confiança, sem dúvida.

O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt