Swiatek não consegue explicar adeus ao US Open mas respira sem ser número um

Por Pedro Gonçalo Pinto - Setembro 4, 2023

Iga Swiatek está fora do US Open, ao cair nos oitavos-de-final diante de Jelena Ostapenko. A número um do Mundo vai deixar de o ser, sendo que, embora não saiba explicar o que se passou, confessa que sente quase alívio por perder a liderança do ranking WTA.

SEM EXPLICAÇÃO PARA A DERROTA

Ela joga bem contra mim, não tenho outra comparação porque sempre o fez. Surpreende-me que o meu nível tenha baixado tão drasticamente porque, geralmente, quando jogo mal, jogo mal ao início, depois fico bem ou resolvo o problema. Desta vez foi tudo ao contrário. Realmente não sei o que se passou com o meu jogo, de repente perdi o controlo. Tenho de perceber porquê, não sei porque comecei a cometer tantos erros.

Leia também:

 

DEIXAR DE SER NÚMERO UM

Significa muito, foi uma etapa grandiosa mas a última parte foi esgotante. Preciso de fazer o que fizeram Roger, Novak ou Rafa, que é concentrarem-se somente nos torneios e não no ranking. Normalmente não olho para os números, embora me encantem. Adorava estender este registo um pouco mais, quando era criança sonhava sempre bater recordes, mas já o fiz ao tornar-me na primeira polaca a ganhar um Grand Slam. Ser número um também foi brutal. Quando perdes isso é normal ficar triste, mas os grandes jogadores voltam ao trabalho duro, centram-se nas coisas corretas e evoluem como tenistas. A parte mais difícil da época já está feita, uma temporada realmente dura e intensa. Não é fácil lidar com isto tudo, mas estou feliz por ter tempo para recuperar.

ALÍVIO POR PERDER A LIDERANÇA?

Não chamaria alívio. Há muitas coisas que agora sei e que teria feito de forma diferente. Talvez ainda não seja suficientemente madura para isto. Estou a trabalhar duro para não pensar tanto nestas coisas, mas quando te obrigas a não pensar, às vezes o resultado é o contrário. A próxima vez em que estiver nesta situação farei algumas coisas diferentes porque foi tudo um pouco stressante e não devia. O ténis é stressante no geral, mas devia aproveitá-lo um pouco mais.

O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt