Gauff lembra depressão: «Estava perdida. Cheguei a ponderar parar»

Por Tiago Ferraz - Abril 15, 2020
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A jovem tenista norte-americana Cori Gauff deu nas vistas quando conseguiu a proeza de eliminar Venus Williams no torneio de Wimbledon de 2019 e, a partir daí, ficou conhecida por todos.

Nesse sentido, numa entrevista ao Behind the Racket, Gauff falou do que tem sido a sua carreira até aqui e revela que teve um período conturbado:

«Durante um ano estive, realmente, deprimida, foi a fase mais complicada da minha carreira. Quando estás com essa mentalidade nunca vês o lado positivo das coisas o que torna tudo mais difícil. Sabia que queria jogar ténis, mas não sabia como fazê-lo. Cheguei a planear parar um ano para me concentrar na minha vida. É óbvio que não o ter feito foi a melhor decisão, mas estive perto o favor. Estava perdida, confusa e a pensar demasiado no que os outros faziam. Fiquei muitas vezes a refletir, sentada, a chorar, mas saí mais forte que nunca daquela situação e, mais importante que isso, fiquei a conhecer-me melhor», revelou, citado pelo Punto de Break.

Cori Gauff revela ainda que não fica confortável pelo facto de ser comparado às irmãs Williams, mas afirma que ambas são ídolos para a jovem norte-americana:

«Todos me perguntam como é que consigo manter a tranquilidade no court e acho que isso acontece porque, após muito tempo, comecei a aceitar quem sou. Agora, quando estou no court, estou realmente agradecida por estar aqui. Vi que há várias miúdas mais jovens que me dizem que começaram a pegar numa raqueta por minha causa. Isso deixa-me surpreendida, uma vez que foi assim que eu comecei no ténis. Uma das coisas mais importantes nesta modalidade é ultrapassar obstáculos, mas ao mesmo tempo não gosto que me comparem com Venus ou Serena Williams. Em primeiro lugar porque não estou ao nível delas e, em segundo, porque nem sequer é justo para elas serem comparadas com alguém que acaba de chegar. Ainda assim elas são ídolos para mim, não devemos estar no mesmo patamar, apesar de desejar chegar onde elas estão. São as duas mulheres que guiam o meu caminho, mas nunca poderei ser igual a elas. Sem elas jamais teria ponderado jogar ténis pela pouca quantidade de tenistas afro-africanas que o tour tinha», disse.

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Jornalista de formação, apaixonado por literatura, viagens e desporto sem resistir ao jogo e universo dos courts. Iniciou a sua carreira profissional na agência Lusa com uma profícua passagem pela A BolaTV, tendo finalmente alcançado a cadeira que o realiza e entusiasma como redator no Bola Amarela desde abril de 2019. Os sonhos começam quando se agarram as oportunidades.