ATP, WTA e ITF tentam bloquear movimento (ilegal?) francês de apoio a tenistas

Por José Morgado - Abril 5, 2020
rolandgarros
Foto: Reuters

O ténis vai estando por esta altura completamente parado e os jogadores, sem torneios e sem fonte de rendimento, têm muitas perguntas e poucas respostas. Uma das grandes questões é ‘quem vai chegar-se à frente e apoiar financeiramente todos os envolvidos na modalidade?’. Este domingo, o jornal francês ‘L’Equipe’ conta uma história que promete fazer correr muita tinta nos próximos tempos.

Segundo a publicação, a Atton e Price, uma empresa de gestão francesa criada há apenas dois vezes, criou um mecanismo que pretendia juntar assinaturas para reivindicar às entidades oficiais da modalidade 20 milhões de euros para distribuir entre os jogadores classificados entre o lugar 50 e o lugar 500 da hierarquia mundial. Na carta que a Atton e Prince envia aos jogadores e que pretende que assinem, a empresa diz estar a trabalhar com o ATP, WTA e ITF para resolver a situação de todos…

A iniciativa foi-se tornando rapidamente pública através do ‘passa palavra’ dos tenistas e as principais entidades do ténis mundial decidiram agir, desmentido esse tal mecanismo de apoio. “Não temos qualquer filiação à tal Atton e Price. Durante estes meses difíceis, espera-se que sejam abordados por muita gente que diz que vos ajudar financeiramente. Por favor confirmem a legalidade e legitimidade dessas abordagens”, pode ler-se na carta enviada aos jogadores e que é assinada em conjunto pelo ATP, ITF e WTA.

A Atton e Price reagiu entretanto. “A Atton & Price reitera que sua ação se destina a ajudar aqueles que precisam e que todas as pessoas que aderiram à nossa iniciativa e continuam a aderir ou apoiar não estão vinculadas a nenhuma obrigação legal ou financeira“, pode ler-se na declaração do presidente da empresa, Éric Brimberg, que insiste que perante a intransigência do ATP, WTA e ITF mantém a sua intenção de ajudar jogadores e treinadores com apoio de parceiros privados.

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com