Venus Williams não pensa na reforma: «Nos últimos três meses só treinei. Não jantei fora, não vi amigos»

Por José Morgado - Agosto 26, 2025

A noite de segunda-feira no US Open ficou marcada por um momento de enorme significado protagonizado por Venus Williams, que se emocionou no final da conferência de imprensa ao recordar as dificuldades de saúde que a afastaram dos courts durante quase dois anos.

A antiga número um mundial, de 45 anos, regressou ao Arthur Ashe Stadium para disputar apenas o seu terceiro torneio após uma longa ausência, tendo caído na primeira ronda frente à 11.ª cabeça de série, Karolina Muchova, por 6-3, 2-6 e 6-1. Apesar da derrota, Venus saiu reconfortada pela sensação de estar, finalmente, a competir em melhores condições físicas.

Para mim, voltar ao court foi sobre dar-me uma oportunidade de jogar com mais saúde”, confessou, visivelmente emocionada. “Quando jogamos doentes ou lesionados, não é só o corpo que sofre. A mente também fica presa. Hoje foi diferente. Hoje senti-me mais livre.”

A norte-americana regressou em julho, depois de ter sido submetida, em 2024, a uma cirurgia para remoção de fibromas uterinos. No Mubadala Citi DC Open, fez história ao tornar-se a jogadora mais velha a vencer um encontro de quadro principal WTA desde Martina Navratilova, em 2004, ao bater a compatriota Peyton Stearns.

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No US Open, Williams mostrou a melhor versão desde o regresso, somando 24 winners e levando Muchova a disputar três sets. Ainda assim, reconheceu o árduo caminho: “A minha equipa e eu não tirámos um único dia de folga. Foram três meses de trabalho sem parar. Não jantei fora, não vi amigos, só treinei.

Apesar de admitir que dificilmente jogará mais esta época – descartando até o Open da Austrália – Venus garantiu que não pensa na retirada. O meu objetivo é fazer o que quero fazer. Queria estar aqui este verão, e estou grata a todos os que acreditaram em mim e me deram wild cards.

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Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com