Shelton e o adeus a Roland Garros: «Foi o mais perto que me senti de Alcaraz»

Por Pedro Gonçalo Pinto - Junho 2, 2025
Shelton

Ben Shelton deixou Carlos Alcaraz desconfortável nos oitavos-de-final de Roland Garros, tendo roubado um set ao campeão em título, além de ter ficado muito perto de vencer o primeiro parcial também. Esse foi, no fundo, o motivo de alguma frustração do norte-americano no final do duelo.

COMO SAI DO DUELO COM ALCARAZ

Saio com sensações positivas e negativas. Acho que o nível geral foi bom. Joguei na maior parte do encontro e manteve o meu nível, o que me deixa feliz. O mais difícil de jogar contra os melhores é manter o nível ao longo do tempo. Estou contente com essa parte. Fiquei desiludido com o final do primeiro set. Sinto sempre que, nos Grand Slams, se conseguir ganhar o primeiro set sou como um comboio lançado e fica muito duro. Deixo o adversário em dificuldades, sobretudo se mantiver o nível. No quarto ou quinto set, se tenho vantagem, sinto-me muito confiante. Na última vez que joguei contra um campeão em título de um Slam foi contra o Sinner na Austrália e tive oportunidades parecidas no primeiro set. É um pouco frustrante perder da mesma maneira porque me tira um pouco de ar. 

MAIS PERTO DE CARLITOS

Isto é o mais perto que me senti de Alcaraz. Foi a vez em que me aproximei mais do seu nível e a maior pressão que apliquei, o mais confortável que fiquei na linha de fundo, o melhor que bati a minha esquerda quando ele pressionou. É irónico que tenha sido em terra batida, possivelmente a sua melhor superfície e aquela em que tenho menos experiência.

Leia também:

 

EVOLUÇÃO EM TERRA BATIDA

A minha movimentação é um aspeto que melhorou. Estou a mexer-me melhor. A resposta, outro aspeto importante, a defesa na minha esquerda e ser capaz de passar de neutro a ofensivo nas trocas na linha de fundo, é tudo fundamental para mim. Se tivesse jogado contra alguém como Alcaraz há um ano ou dois, teria sido um caminho direto. Mesmo servindo muito mal, teria passado muito mal nas trocas de bolas. Acho que estive muito melhor na linha de fundo, nas trocas de bolas, nos jogos de gato e do rato. Senti-me cada vez mais confortável. Quanto mais melhorar os meus movimentos na superfície e solucionar algumas coisas com o serviço e devolução, mais perto estarei de onde quero estar.

O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt