Ruud e o arraso de Sinner: «Foi o mais próximo da perfeição que já vi»

Por José Morgado - Maio 16, 2025
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Casper Ruud, número sete do Mundo, foi arrasado por Jannik Sinner, líder mundial, nos quartos-de-final do ATP Masters 1000 de Roma e surpreendeu no final do encontro ao admitir que chegou a ser… divertido ver o nível absolutamente incrível a que o italiano jogou…

EXIBIÇÃO DE SINNER

Foi o mais próximo da perfeição que já vi num adversário. Nos primeiros quatro jogos, talvez tenha cometido um ou dois erros desnecessários com a direita, mas tudo o que veio da sua raquete — tal como ao longo de todo o encontro — parecia vir a mil quilómetros por hora. Cada pancada, cada direita, cada esquerda. Mesmo quando os meus golpes eram pesados, os dele vinham em chamas. Foi impressionante.

PODERIA TER FEITO ALGO MAIS?

O golpe que mais me desiludiu hoje foi o serviço. Se tivesse servido melhor, teria tido mais pontos fáceis. No fundo do court, talvez tenha ganho um ou dois pontos em trocas. Bem, agora que penso nisso, nem sei se ganhei algum. Não sei. A maioria dos pontos jogados no fundo ele fez melhor do que eu. Estava em todo o lado. Quando alguém joga assim tão bem, parece que tem duas direitas. Hoje posso dizer isso, porque a sua esquerda parece uma direita. Foi como jogar contra alguém que disparava a mil quilómetros por hora.

SINNER SUBVALORIZADO EM TERRA?

Não sei as outras pessoas, mas eu não o subvalorizo. Chegou às meias-finais de Roland Garros. Aqui também está nas meias este ano. E ainda tem mais para dar. Sei que consegue jogar muito bem. Levou o Carlos a cinco sets em Paris, no ano passado. Não é segredo nenhum que joga bem em terra batida. Não há razões para pensar que não possa ter sucesso nesta superfície se for capaz de jogar assim.

COMO SE SENTIU…

Na verdade, não me senti assim tão mal. Foi mais divertido do que outra coisa, apesar do 6-0 e 6-1. Só consegues olhar para ele e dizer: ‘Isto está a outro nível’, e perdoem-me a linguagem. Não sei o que mais dizer. Foi quase divertido de presenciar. Gostava de ter tido um encontro mais equilibrado ou de ter dado aos fãs um jogo mais longo. Pensava que estava preparado para este encontro, mas ele estava ainda mais. Cada uma das minhas pancadas era devolvida de forma ainda melhor. Não consegui reagir. Essa é a história do jogo.

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com