Roland Garros: seis tenistas que venceram o seu único Grand Slam neste século em Paris

Por José Morgado - Junho 1, 2020
anaivanovic-2008

Num Mundo sem pandemia, a edição de 2020 de Roland Garros entraria esta segunda-feira na fase das decisões, com a segunda semana da prova em andamento, pelo que parece oportuno recordar alguns dos nomes que marcaram a história recente da competição francesa e que têm no seu coração um lugar muito especial guardado para o torneio parisiense.

Desde o início do século, o torneio de Roland Garros tem sido dominado por um homem em singulares masculinos (Nadal ganhou 12 das 19 edições disputadas), mas no setor feminino a hegemonia tem sido repartida desde que Justine Henin (quatro troféus) se retirou. Mas o número de jogadores (entretanto já retirados) que venceu em Paris o seu único Major da carreira é igual entre senhores e senhoras: três. É tempo de recordar quem venceu desde 2001 os seus únicos Grand Slams na terra batida francesa.

2002, Albert Costa

Aos 26 anos, Albert Costa surpreendeu tudo e todos quando em 2002 arrecadou o título de singulares de Roland Garros. O espanhol sempre havia sido um bom tenista de terra batida, mas nunca tinha sequer passado dos quartos-de-final em Paris antes dessa edição. Chegou a Paris fora do top 20 e surpreendeu tudo e todos batendo pelo caminho vários dos melhores jogadores do Mundo, como Richard Gasquet (então com apenas 16 anos!) Alex Corretja (nas meias-finais), Gustavo Kuerten (campeão em título, nos oitavos-de-final) e Juan Carlos Ferrero (na final).

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2003, Juan Carlos Ferrero

Depois de ver escapar-lhe o título no ano anterior diante de Costa, Ferrero entrou na edição de 2003 como número três mundial mas grande favorito ao título, já que os dois primeiros cabeças-de-série — Andre Agassi e Lleyton Hewitt — não estavam particularmente à vontade em terra batida naquela fase das suas carreiras. Ferrero sofreu para bater Fernando González em cinco sets nos quartos-de-final, mas depois varreu Albert Costa (reedição da final de 2002) e Martin Verkerk rumo ao seu único título de Grand Slam. Com 23 anos na altura, esperava-se que pudesse ter ganho mais, mas o melhor que conseguiu fazer foi ser ‘vice’ para Andy Roddick no US Open meses depois. Nunca mais voltou a chegar sequer à segunda semana em Paris e o pico da sua carreira foi atingido demasiado cedo.

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2004, Anastasia Myskina

À semelhança daquilo que aconteceu com Ferrero, esperava-se que o título em 2004 fosse o primeiro de muitos para Myskina, que fez história ao tornar-se na primeira russa da história a ganhar um Grand Slam feminino. Seguiram-se Maria Sharapova e Svetlana Kuznetsova… logo nesse ano! Com Justine Henin a ser surpreendentemente eliminada na primeira semana, a final antecipada parecia ter sido entre Jennifer Capriati e Serena Williams nos ‘quartos’, mas Capriati perdeu com a russa depois de bater Williams e Myskina arrasou Elena Dementieva numa história final cem por cento russa. Myskina tinha 23 anos, mas esse foi o seu único título de Grand Slam. As lesões apareceram…

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2004, Gaston Gaudio

Um dia depois do título de Myskina, foi a vez de Gaston Gaudio chocar tudo e todos para vencer a última edição de Roland Garros antes da Era Nadal. O argentino, agora selecionador da Taça Davis, alcançou várias vitórias surpreendentes ao longo da quinzena (Lleyton Hewitt e David Nalbandian, por exemplo) e na final virou um encontro diante de Guillermo Coria (claro favorito) em que esteve a perder por 6-0, 6-3, 4-4 e 40-15…

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2008, Ana Ivanovic

Com apenas 20 anos, Ana Ivanovic chegou à edição de 2008 de Roland Garros como a grande favorita ao título, semanas depois da surpreendente retirada de Justine Henin. Ivanovic, então número dois do Mundo e vice-campeã não só na edição de 2007 em Paris como no Australian Open desse ano, não só arrecadou o seu primeiro título de Grand Slam, como subiu à liderança do ranking WTA, superando Maria Sharapova e Jelena Jankovic. Esperava-se que fosse o primeiro de muitos Grand Slams, mas a sérvia não voltou a jogar uma final de Major…

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2010, Francesca Schiavone

A maior surpresa do século no quadro feminino apareceu em 2010, quando a italiana Francesca Schiavone, já na reta final da sua carreira e sem grandes expectativas, surpreendeu tudo e todos para vencer o seu primeiro e único título de Grand Slam aos 30 anos. Derrotou Caroline Wozniacki, Elena Dementieva e Sam Stosur pelo caminho. Esteve quase a repetir o conto de fadas no ano seguinte, mas perdeu na final com Na Li.

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Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 13 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: josemorgado@bolamarela.pt