Relatório revela que Futures e Challengers têm ‘tsunami’ de resultados combinados
Os torneios Future e Challenger têm sido afetados por um ‘tsunami’ de jogos combinados, revelou esta quarta-feira um relatório independente, realizado após as denúncias da Unidade para a Integridade do Ténis (TIU), em janeiro de 2016.
Segundo o documento apresentado pela TIU, em Londres, nenhuma competição está a salvo do fenómeno dos jogos combinados, mas os torneios inferiores são particularmente afetados, nomeadamente no setor masculino. Um dos investigadores reconhece que os Futures e Challengers são assolados por um “‘tsunami'”.
Em janeiro de 2016, antes do Australian Open, uma investigação da BBC e do sítio na Internet BuzzFeed deram conta do envolvimento de 16 tenistas que integraram o ‘top-50’ mundial na última década, incluindo vencedores de ‘majors’, estiveram envolvidos em jogos com resultados combinados.
“Na última década, 16 jogadores classificados nos 50 primeiros foram repetidamente assinalados pela Unidade de Integridade do Ténis (TIU) devido a suspeitas de que estariam a combinar resultados de jogos. Todos os tenistas, incluindo vencedores de ‘Grand Slams’, foram autorizados a continuar a competir”, referia a investigação.
A cadeia de televisão britânica sustenta as alegações com o acesso a ficheiros secretos, nos quais se inclui uma investigação iniciada pela ATP, em 2007.
“Num relatório confidencial para as autoridades tenísticas, em 2008, a equipa de investigação defendeu que 28 atletas deveriam ser investigados, mas as indicações nunca foram seguidas”,afiançou a BBC, indicando que três dos encontros combinados ocorreram no torneio de Wimbledon.
O painel independente para realizar o estudo hoje divulgado interrogou mais de uma centena de jogadores durante torneios em vários pontos do mundo. O relatório não concluiu “um problema generalizado” nos ‘Grand Slam’ e nos principais torneios do circuito, mas admitiu “alguns problemas”.
Os quatro organismos que regem o ténis mundial (ATP, WTA, ITF e Grand Slam) encomendaram o relatório e enalteceram a inobservância de corrupção institucionalizada na modalidade. No entanto, reconheceram “vulnerabilidades, particularmente nos níveis inferiores”, mostrando-se disponíveis para “responder a estas preocupações de forma firme”.
De acordo com um investigador da TIU, “centenas de jogos de torneios ‘futures’ (em singulares e pares) não são disputados de forma justa, mas este número decresce quando se entra nos patamares profissionais”.