Piatti: «Sinner e Alcaraz são os melhores, mas não se deixam consumir por isso»

Por José Morgado - Agosto 10, 2025

Nos últimos sete torneios do Grand Slam, o protagonismo tem sido repartido entre dois jovens que estão a marcar uma nova era no circuito ATP: Jannik Sinner e Carlos Alcaraz. A relação desportiva entre ambos tem atraído atenção mundial e, para Ricardo Piatti, treinador que acompanhou Sinner durante sete anos, as comparações são inevitáveis. Em entrevista ao jornal La Stampa, Piatti analisou o momento que vivem os dois melhores tenistas do planeta, as diferenças de estilo e personalidade, e os objetivos que ainda perseguem nesta temporada.

Dois mundos ligados pela competição

“Sinner e Alcaraz adoram competir. Gostam de se desafiar mutuamente semana após semana, sempre com a ambição de serem os melhores do balneário, mas sem se deixarem consumir por isso. Um prefere celebrar e viver de forma mais extrovertida; o outro aprecia mais a tranquilidade de casa e das montanhas. Apesar das diferenças, ambos fizeram enormes sacrifícios desde pequenos e agora merecem aproveitar o que conquistaram”, destacou Piatti.

O sonho do Grand Slam completo

Segundo o treinador italiano, Sinner evoluiu muito no último ano, sobretudo na terra batida, e já percebeu que, nos próximos seis ou sete anos, terá a oportunidade de completar o Grand Slam de carreira. “Em Roland Garros apostava-se mais em Carlos, em Wimbledon mais em Jannik, mas são estilos e personalidades diferentes. E isso é positivo”, afirmou.

A luta pelo trono

Alcaraz já sabe o que é acabar a temporada no topo do ranking. Agora, é Sinner quem persegue esse feito, embora esteja cerca de 1.500 pontos atrás na corrida para Turim. “Os pontos e o dinheiro não são o mais importante. O que conta é ganhar, ganhar e ganhar. Se Carlos vencer o US Open, será muito difícil para Jannik fechar o ano como número um”, concluiu Piatti.

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Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com