Pegula vive sonho no US Open: «Houve momentos em que não sabia se queria jogar ténis»

Por Pedro Gonçalo Pinto - Setembro 6, 2024

Aos 30 anos, Jessica Pegula está a viver um autêntico sonho. A norte-americana nunca tinha passado dos quartos-de-final de um torneio do Grand Slam, mas eis que irá disputar a final do US Open 2024, isto depois de ter levado a melhor sobre Karolina Muchova, virando de 6-1 e 2-0 abaixo. Agora vai tentar ultrapassar Aryna Sabalenka no sábado.

REVIRAVOLTA BRUTAL

Não sei como o fiz, ela teve um vólei para fazer 3-0, mas falhou. Agarrei-me ao meu serviço e encontrei maneira de continuar. Acho que o público também me ajudou a ter mais adrenalina. Ela é uma adversária muito complicada, não podes jogar plano porque não te dá ritmo, pode ver-se pelo nível no primeiro set. Fechar esse jogo ajudo-me a tirar adrenalina e meter muitas pernas no encontro, perseguindo cada bola. Quando ganhei o ritmo comecei a sentir-me mais confortável, a jogar mais agressiva e a entrar de vez em quando. 

SEGUE-SE SABALENKA

É uma grande jogadora em piso rápido, uma das melhores do Mundo, mas acho que eu também. Em Cincinnati serviu de forma incrível, mas senti que tive oportunidades. Espero que no sábado não sirva também ou talvez um pouco pior! Sei que tenho jogo, que posso frustrá-la, mas tenho de ser agressiva e fazer com que se mexa, servir de forma inteligente e pressioná-la. Fazer o meu jogo basicamente, que é o que tenho feito.

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É incrível, um sonho de infância, o que sempre quis. Significa muito trabalho, nem podem imaginar quanto. Significa o mundo inteiro para mim. Estou muito feliz por estar na final, mas venho aqui para ganhar o título. Se me dissessem no início do ano que estaria na final do US Open teria rido muito, nesse momento não me passava pela cabeça. Ser capaz de superar todos os desafios e dizer que tenho esta grande oportunidade no sábado é algo por que lutamos todos. Fazer isto no meu país, no meu Grand Slam… É perfeito.

SONHO AOS 30 ANOS

Não sei se cheguei a pensar que jamais ia acontecer, mas houve momentos em que não queria jogar ténis, não sabia se queria continuar a jogar. Tive vários momentos baixos, mas no final voltei sempre, dei sempre a volta, sou boa nisso. Por isso voltei muito melhor do que antes. Sempre acreditei que era capaz de resolver esses problemas.

O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt