Pedro Sousa e Frederico Silva interromperam os treinos em court

Por José Morgado - Março 19, 2020
Pedro-Sousa
Foto: Bruno Alencastro/ Bola Amarela

Os portugueses Pedro Sousa e Frederico Silva cancelaram os treinos em court para cumprir o período de quarentena, aconselhado pelas autoridades portuguesas, e após a suspensão do circuito internacional de ténis, decretada pelo ATP.

Tanto Pedro Sousa, número dois nacional e 110 do ranking mundial, como Frederico Silva, 192.º posicionado, fizeram uma pausa nos treinos diários e aproveitam para descansar das últimas semanas competitivas, entre as quais a da Taça Davis.

“Regressámos da Lituânia e treinámos normalmente, mas a partir de quarta-feira começámos a ter bastantes cuidados e desde sexta-feira que não treino e não voltei a pegar numa raqueta. Praticamente não saí de casa. Apenas fui ao supermercado e, de resto, tenho ficado em casa, não só para me proteger, como também para proteger os outros”, revela o lisboeta à agência Lusa.

Frederico Silva, ao contrário de Sousa, depois da vitória na Taça Davis, por 4-0, ainda seguiu para o Cazaquistão para disputar o Challenger Nur-Sultan, mas uma microrrutura na coxa da perna direita obrigou-o a desistir da segunda ronda e a regressar a Portugal só no final da última semana. “Não tenho estado a treinar no campo. Tenho uma lesão na perna e não posso fazê-lo, pelo menos, durante mais uma semana, mas tenho feito trabalho físico em casa. Não tenho saído, tenho estado de quarentena. Os ginásios estão fechados, por isso também só dá para treinar em casa”, conta o esquerdino das Caldas da Rainha.

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Perante a pandemia de Covid-19, o ATP Tour decretou a suspensão do circuito internacional durante seis semanas, prevendo a retoma para 27 de abril, altura em que está previsto o início do Estoril Open, e os jogadores portugueses consideram ser a decisão mais prudente. “Julgo que estamos todos de acordo que é a decisão mais sensata, embora, para nós, seja um transtorno grande não jogar. No meu caso, vou tentar recuperar da lesão o mais rapidamente possível e aproveitar para, assim que possível, voltar a treinar no ‘court’. Entretanto, trabalho a parte física para, quando voltar aos torneios, estar em boa forma”, defende Silva, de 24 anos.

Já Pedro Sousa, que “vinha de várias semanas competitivas bastante cansativas”, diz que a “paragem é longa, até pode ser maior do que o previsto, e há que encontrar soluções para manter a forma”, embora a saúde seja o mais importante. “É difícil, porque praticamente não podemos sair de casa. Mas vamos arranjar uma solução: ou treinar em casa ou, quando for seguro, sairei para treinar, mas também não será fácil, porque quase todos os clubes estão fechados. São seis semanas ou mais em que não vou ganhar dinheiro, mas a saúde está em primeiro lugar e não vale a pena queixarmo-nos muito”, acrescenta.

O lisboeta, de 30 anos, lembra, contudo, que os prejuízos e danos provocados pela Covid-19 não se restringem aos atletas e que é algo transversal. “A verdade é que todos os setores vão ser afetados, não sou só eu e os jogadores, é toda a gente. Por isso, não vale a pena queixarmo-nos. Temos é de nos juntar todos e fazer o possível para travar a propagação do vírus. Quando tudo estiver resolvido, logo penso na minha carreira”, justifica Sousa.

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 13 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: josemorgado@bolamarela.pt