Nuno Borges sai do Estoril Open de cabeça erguida: «Estou no caminho certo»

Por Pedro Gonçalo Pinto - Abril 5, 2024
Foto: Miguel Reis/Millennium Estoril Open

Nuno Borges chegou aos quartos-de-final do Estoril Open pela primeira vez na carreira, mas foi aí que terminou o percurso do número um nacional. O português de 27 anos caiu frente a Cristian Garín num encontro polémico, mas saiu de cabeça erguida do Clube de Ténis do Estoril, já a olhar para o que aí vem.

ANÁLISE DO ENCONTRO

O coração entrou um bocadinho tarde. Os outros dois jogos pesaram de alguma maneira. Tentei abstrair-me disso mas é difícil porque fiz um grande jogo [na segunda ronda] e talvez tivesse expectativa e pressão maiores. Não consegui entrar da melhor maneira por causa disso. É um segundo set pesadíssimo a nível emocional e físico. Foi por detalhes que não caiu para o meu lado. Mesmo assim estou satisfeito com o torneio, saio daqui com uma sensação menos boa porque queria muito ganhar mas olhando em perspetiva foi um bom torneio e sinto que estou no caminho certo. Tenho é de trabalhar muito mais ainda.

FALTA DE CONFIANÇA

O primeiro set não foi de falta de confiança, foi a nível de intensidade, de puxar para mim mesmo, de estar ligado ao jogo. Não tem a ver com ‘não consigo meter numa direita’. Não estava com mindset de que precisava.

O QUE LEVA DO TORNEIO

Ficam boas sensações, é sempre muito desgastante jogar aqui porque vivo sempre com muita emoção. Quartos-de-final inéditos foi muito bom para mim, mesmo para o ranking foi positivo. É um torneio bem conseguido, gostava de poder ir mais longe, até porque um jogo destes ser influenciado daquela maneira é triste. Ainda por cima no maior evento em Portugal. Fica um sabor estranho. De certa maneira satisfeito com o nível que apresentei e com a evolução que tenho vindo a ter.

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NÍVEL FÍSICO

Há mil e uma mazelas, não é nada sério. Tenho-me sentido muito bem fisicamente e tem sido uma das chaves para ter estes resultados ultimamente, cada vez mais preparado e aguentar jogos mais longos com intensidade maior. É um ano muito longo. Sinto que andei imensas semanas fora e a dar o litro, uma pessoa vai gerindo. Estava a cem por cento e amanhã estou bem outra vez. O desgaste de que falo muitas vezes é mental. Às vezes a cabeça demora um pouco mais a recuperar. Uma semana como Phoenix, como esta, como Taça Davis, em que jogo mais com o coração e custa na semana a seguir eu estar outra vez pronto a cem por cento.

ONDE PODE CHEGAR

Sou 18 da Race? É óbvio que o ano me tem corrido muito bem. Acho que esse número pode enganar um bocadinho, não acho que esteja verdadeiramente a 18 do Mundo, até porque o torneio da Maia no fim do ano passado está a contar a meu favor. Não estaria mal de qualquer das formas, mas as minhas expectativas são focar no próximo torneio. Esse número significa algo para mim, mas estou ciente de que não é bem tão à frente que estou ou que sinto estar. Mas sinto que estou no caminho certo para um dia sentir que mereço estar nesse número.

O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt