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Nuno Borges em entrevista [parte II]: «Quero entrar no Australian Open no próximo ano»
Continuamos na entrevista a Nuno Borges, depois de apresentarmos a primeira parte. O português de 24 anos aponta qual é o próximo grande objetivo na carreira, mas não tem receio de dizer que se puder alcançá-lo mais cedo… que assim seja! Por outro lado, aborda quem traçou comparações com João Sousa depois do brilharete no Millennium Estoril Open e lembrou a final perdida do Oeiras Open II.
BOLA AMARELA Quais é que são os teus objetivos para esta temporada? Qual é o cenário ideal para quando chegarmos a dezembro?
NUNO BORGES – Gostava de para o ano conseguir entrar no Australian Open. Se acontecer mais cedo, no US Open, ótimo. Mas agora com o congelamento dos pontos até agosto é dificílimo subir posições. Não quero estar a ambicionar a algo muito longe. Acho que a Austrália é um bom objetivo. No início do ano estava a 450 e tal e já consegui subir bastante. O objetivo já não parece assim tão longe mas até aos 250 ou 230, para entrar no qualifying do Australian Open, é uma distância muito grande. Se tudo correr bem, sinto-me capaz de fazer isso e é para isso que estou a trabalhar. Mas não ponho nenhum limite. Se conseguir mais cedo ótimo! E com tantos Challengers em Portugal sem dúvida que tem sido incrível a FPT ajudar-me assim, tal como a Câmara da Maia no Challenger de lá. Não me posso queixar porque sem estas ajudas não estaria com este ranking nem teria estas oportunidades. Mas agora já começo a entrar em alguns Challengers direto.
BA – Especialmente de quem está de fora do ténis, ouviste muitas comparações com o João Sousa sobre seres o próximo ou tentas abstrair-te?
NB – Vi um ou outro comentário. É típico de uma pessoa que não está por dentro do acontecimento. Só porque apareci aqui num torneio e fui uma ronda mais longe do que o Sousa… Quer dizer. O jogador com quem ele jogou fez final. Com outro quadro, o João podia ter ganho mais um ou dois jogos. Só porque ele não está numa fase tão boa, não significa que tenham de me meter num pedestal e dizer o que dizem. Agradeço o apoio, confiança e o acreditar, mas comparar nunca se deve fazer. Cada um tem os seus momentos. Só porque o João está num mau momento e eu num bom não quer dizer que eu vá ser o próximo. Ele já provou milhares de vezes o que vale e é normal que esteja a passar uma fase menos boa que desvalorizem, mas não é assim tão preocupante.
BA – O que é que sentes que precisas de melhorar?
NB – É a minha movimentação. Acho que me custa às vezes acompanhar o nível de jogo pela movimentação. Não só me ia ajudar a acompanhar melhor o jogo como facilitava a fazer o meu jogo melhor ainda e ser mais agressivo. Ajudava a ter uma base mais sólida nas minhas pancadas. Já respondo e sirvo bastante bem. A minha movimentação está uns passos abaixo do resto do meu jogo. E também usar mais a transição para a rede. É algo que tenho de trabalhar e se quero chegar lá acima tenho de começar a usar mais.
BA – De 0 a 100, quanto custou a final perdida no Challenger e quantas vezes já a reviveste?
NB – Sinceramente, quando estou nos torneios deixo de pensar nessa final. Tive de aceitar que acontece, por muito que me custe. Ter oito set points e perder o set daquela maneira, nem quero saber o que as pessoas andaram a dizer. Nem posso olhar para isso. As pessoas mais próximas já nem me perguntam porque sabem que não vale a pena. Foi dura, mas ainda tinha um set para jogar, o jogo estava em aberto e mesmo assim não foi o pior cenário de todos. Custou perder uma final assim e tive de aprender para tentar não cometer o mesmo erro para próximo. Não deixar aquilo escapar.
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