Nuno Borges e momento ‘quente’ com Dzumhur: «Já estou habituado do College»

Por José Morgado - Outubro 13, 2020
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Foto FPT

Nuno Borges alcançou esta terça-feira uma das melhores vitórias da sua carreira, ao derrotar o bósnio Damir Dzumhur, 113.º e ex-top 25, por 7-6(8) e 6-1, num encontro que ficou marcado pelo tie-break do primeiro set, em que o português salvou seis set points.

“O primeiro set foi extremamente duro. Ele esteve por cima, eu tive oportunidades que não aproveitei, mas sair por cima daquele tie-break foi a minha oportunidade de fazer a diferença”, confessou Borges, sem esconder que não foi fácil adaptar-se à terra batida dois dias depois de jogar a final do ITF M15 de Setúbal, em piso rápido. “A adaptação ainda está a ser feita. Sinto-me ainda um pouco peixe fora de água, a patinar, mas para mim é mais fácil assim do que passar para rápido. Cresci em terra e consigo fazer isto bem, ainda que não seja fácil. Estou muito feliz por ter conseguido dar a volta à situação.”

Borges explicou ainda o que se passou no final do primeiro set entre ele e (sempre mal disposto) bósnio. “Ele estava muito nervoso durante todo o set, não parava de falar e achou a certa altura que eu disse uma coisa com o intuito de insultar e não foi. Ele disse um ‘vamos’ na minha cara e eu perguntei-lhe se estava tudo bem. O Carlos Ramos meteu-se e disse-me que eu não tinha feito nada de mal. Ele quis discutir, chamou o supervisor, mas não teve razão. Mas compreendo que por vezes possa ser frustrante jogar ténis, não o julgo por isso”, garantiu, antes de assumir que ficou feliz por não encontrá-lo depois da partida. “Fiquei feliz por não encontrá-lo no balneário porque estava com medo que ele quisesse arranjar problemas. “

Borges lembra que viveu situações bem mais ‘quentes’ no circuito universitário dos Estados Unidos. “No College consegue-se levar mais longe as trocas de palavras. O pessoal de fora tem cânticos um bocadinho a picar. Faz parte. Tento abstrair-me, já estou um bocadinho habituado, mas há jogadores que se picam.”

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com