Musetti feliz dentro e fora do court: «Estou no melhor momento da minha vida»

Por Nuno Chaves - Maio 30, 2025
Foto: EPA

Lorenzo Musetti ainda apanhou um susto mas acabou por virar de set e break abaixo para garantir a sua qualificação para os oitavos de final de Roland Garros.

Foi mais um obstáculo ultrapassado por parte do número sete mundial que, em conferência de imprensa, se mostrou aliviado pela forma como ultrapassou aquilo que parecia estar a ser um problema grande a nascer.

DE MENOS A MAIS

Acho que ele começou a jogar muito bem, fez um primeiro set muito sólido. Eu estava demasiado acelerado, demasiado nervoso. Falava demasiado comigo próprio, queixava-me demasiado e isso é algo que não quero voltar a fazer na minha carreira, é algo de que não gosto em mim. Claro que tenho de lidar com isso, faz parte de mim, tenho de o aceitar, mas estou a tentar melhorar, porque sei que todas essas queixas e esse diálogo interno não me vão tornar melhor, não vão provocar nenhuma mudança.

ENCONTRAR UM EQUILÍBRIO NO SEU JOGO

Para alguém como eu, com tantas armas no seu jogo, surgem muitas alternativas e muitos caminhos possíveis. Às vezes, o mais fácil é seguir o caminho errado. Todo esse processo leva o seu tempo, especialmente por causa da minha personalidade e da forma como me comporto em campo. Por isso acredito que os resultados ainda não terminaram: posso jogar muito mais, com ideias muito mais claras sobre o que tenho de fazer em campo. Nos últimos meses dei um passo em frente nesse aspeto. Hoje comecei demasiado acelerado e isso não traz recompensas ao meu jogo, mas fui melhorando a cada set e isso fez com que acabasse por vencer.

PRESSÃO DO RANKING?

O ranking é algo que sinto, mas de forma positiva. Encaro os torneios com vibrações muito positivas, muito felizes. Neste momento, ser o número 7 do mundo é o maior sucesso da minha carreira. No último mês tive grandes resultados. Sinto-me em boa forma, no melhor momento da minha vida. Tento aproveitar tudo isso e usá-lo sempre que entro em campo, é isso que tento fazer.

SER PAI MUDOU TUDO

As coisas mudaram muito, sinceramente. Tenho de dizer que tive muito medo quando a Verónica (a minha companheira) ficou grávida pela primeira vez. Durante a gravidez, vivi provavelmente os piores momentos, porque pensava muito em como tudo ia mudar, em como seria ser pai, em como me devia tornar um bom pai, um exemplo, não só dentro, mas sobretudo fora do court.

Depois nasceu o Ludovico e tudo aconteceu de forma muito natural. Senti que as coisas estavam a ir na direção certa. Mais tarde comecei a sentir que jogava melhor, que voltava a desfrutar. Estar aqui, rodeado pelas pessoas que sempre me apoiaram, sobretudo nos piores momentos da minha vida e da minha carreira, faz-me feliz. Agora estamos a viver um momento muito especial outra vez, porque a Verónica está grávida novamente. Isso deixa-me muito feliz. O foco está agora em Paris, claro, mas fico muito feliz sempre que vejo a barriga da Verónica a crescer.

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Jornalista na TVI; Licenciado em Ciências da Comunicação na UAL; Ténis sempre, mas sempre em primeiro lugar.