Melhor júnior do Mundo quer que a mãe não tenha de vender tomates nas ruas de Taiwan

Por José Morgado - Dezembro 25, 2018

Chama-se Chun Hsin Tseng, gosta de ser chamado apenas por Jason, e apesar de apenas ter 17 anos (celebrados no mesmo dia de Roger Federer, 8 de agosto), já tem muitas histórias bem interessantes para contar. O melhor tenista júnior do Mundo nasceu no Taiwan, ganhou Roland Garros, Wimbledon, não andou longe de vencer os outros dois Majors (final na Austrália e ‘meias’ no US Open). Agora já deixou os sub-18, assinou um contratou pela IMG e está pronto a permitir que a sua mãe deixe de vender na banca de comida onde sempre trabalhou, todos os dias, das quatro da tarde até… de madrugada.

“A minha esposa está doente por trabalhar de forma tão intensa. Infelizmente tive de a deixar lá sozinha com o nosso outro filho para acompanhar o Jason nos torneios, pois eu é que o treino desde pequeno. Queremos que a minha mulher não tenha de passar mais por isto e isso será possível se o Jason tiver muito sucesso. É isso que procuramos. Ele é a nossa esperança”, assegurou durante uma longa reportagem para o ‘New York Times’ o pai de Tseng, Yu Tu.

Jason tem sido mantido fora desse tipo de pressões e garante que nunca se sentiu a jogar com a ‘família às costas’, mas essa ambição coletiva é mais do que evidente. Patrick Mouratoglou, que lidera a Academia onde Tseng treina, falou sobre o jovem. “Ele é fraco fisicamente e esse será o seu maior problema na entrada no profissionalismo. Mas penso que ele vai tornar-se bem mais forte, porque é um grande trabalhador. Fiquei absolutamente chocado com a sua capacidade de trabalho na primeira vez que veio cá”.

Tseng vai entrar em 2019 a ronda o top 400 do ranking ATP, depois de já ter somado alguns pontos importantes em 2018. O seu primeiro grande título, por exemplo, aconteceu precisamente em Portugal, ao triunfar na Póvoa de Varzim, num torneio que aconteceu entre os seus títulos de Roland Garros e Wimbledon. Recentemente, esteve nas ATP Finals de Londres como parceiro de treinos, onde cumpriu o seu sonho: bater umas bolas com o ídolo Kei Nishikori.

 

 

 

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com