Ljubicic acredita que Federer teria continuado a ganhar sem as lesões no joelho

Por Pedro Gonçalo Pinto - Julho 19, 2023

Ivan Ljubicic puxou a fita atrás para lembrar o seu passado com Roger Federer. Foram muitos os sucessos que celebrou juntamente com o suíço, sendo que o croata acredita que ainda havia muitas vitórias para conquistar… caso os joelhos tivessem permitido.

O QUE LEVA DOS ANOS COM FEDERER

Quando me contratou o seu objetivo era muito simples: ganhar um Grand Slam outra vez. Não sabíamos se ia ser possível. Não dá para superar a forma como ganhou ao Rafa na final de break abaixo no quinto set no Australian Open de 2017. Não dá para superar isso. Aproveitou aquilo para ganhar Indian Wells, Miami e Wimbledon sem perder sets, o Australian Open outra vez em 2018 e recuperar o número um. Surfou a onda. Havia fases naquela época onde sentia que não ia perder.

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AS LESÕES NOS JOELHOS

No nosso segundo torneio, rasgou o menisco. Os joelhos sempre deram problemas. Primeiro foi o esquerdo, depois o direito. Espremeu o limão ao máximo. Impressionou-me a maneira como lutou e se dedicou horas e horas aos exercícios aborrecidos. Trabalhava cinco horas por dia sabendo que não podia voltar ao court até muito tempo depois. Mentalmente tens de ser muito forte para isso porque nada garantia que ia jogar de novo. Acreditou até ao último momento. Se não se tivesse lesionado, Roger tinha continuado a jogar e a ganhar. É como Rafa. Não sei se o Rafa voltará, mas amam tanto o desporto que continuam a jogar até poderem. Até o corpo dizer basta.

QUEM É O GOAT?

O debate pode não ser objetivo. Para mim, o melhor é quem teve maior impacto no desporto. Novak é quem teve mais sucesso. Tem todas as estatísticas, mas há uma diferença entre ser o maior e o mais bem sucedido. Michael Jordan não foi o mais bem sucedido, mas todos o consideram o maior pela sua influência no desporto. Nem todos temos de estar de acordo. O que Novak fez não diminui o que o Roger fez.

O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt