Jaime Faria quer fazer (mais) história: «Quartos-de-final é bom, mas eu quero continuar»

Por José Morgado - Fevereiro 20, 2025
Faria
FOTO: Fotojump

RIO DE JANEIRO. BRASIL. Jaime Faria, de 21 anos, entrou esta quinta-feira (ainda mais) na história do ténis português, ao qualificar-se para os quartos-de-final do Rio Open 2025. O jovem nascido em Lisboa torna-se somente no segundo tenista português na história a atingir os ‘quartos’ de um ATP 500, depois de João Sousa (Rio de Janeiro 2014, Tóquio 2016).

UMA EXIBIÇÃO DE GRANDE NÍVEL

Baixei um pouco no segundo set, mas estive bastante bem no geral. Aproveitei alguma quebra dele no segundo set, entrei bem e isso deixou-o um pouco em baixo. Servi bem, respondi bem e aproveitei bem os momentos do jogo. Tentei estar focado ao máximo. Era um encontro que valia muito. Muitos pontos, muito dinheiro. Era importante para mim estar focado o encontro todo diante de um adversário de alto nível.

MAIS SOLTO DEPOIS DA PRIMEIRA RONDA QUE TEVE MUITO SIGNIFICADO

O que me deixou mais tranquilo foi a entrada no top 100 mundial. Quando venci a primeira ronda do quadro. Hoje estive mais solto, mas não deixo de sentir os momentos. Hoje foi difícil jogar para uns quartos-de-final de um 500. Muitas emoções, muito nervosismo, mas consegui lidar bem com isso. Joguei o meu jogo, encontrei as minhas rotinas. Estou feliz.

BRASILEIROS ESTÃO DO SEU LADO

Já não é a primeira vez que a ‘torcida’ brasileira está comigo. Já esteve em Curitiba quando ganhei o Challenger e nas outras rondas. Adoro jogar com o público especialmente numa quadra tão bonita como aquela.

E AGORA, ATÉ ONDE VAI?

Não sei até onde vou. Depende de muita coisa. Vou estar pronto para a próxima ronda e depois faz-se os prognósticos.

IMITOU JOÃO SOUSA NOS ‘QUARTOS’ DE UM ATP 500… MAS QUER MAIS

O João Sousa ajudou-me desde sempre. Com conselhos, com dicas. É uma pessoa muito importante para mim e para o ténis português. Conseguir atingir um feito que ele conseguiu é gratificante e especial. Quartos-de-final é bom mas quero continuar e tenho boas chances na próxima ronda.

PODE SER O PRIMEIRO A FAZER UMA MEIA-FINAL ACIMA DE ATP 250

Vamos passo a passo, ‘no pressure’ [risos]. Vou dar o meu melhor, vou jogar o meu ténis e depois o resto logo se vê. Carabelli está a fazer um bom início de ano. Nunca joguei contra ele mas já treinámos. Ganhou o Challenger de Rosário, que estava fortíssimo. Encontra-se bem e também é lucky loser. Os dois vamos dar o máximo e está muita coisa em jogo.

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com