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ITF da Quinta do Lago fica sem portuguesas após a primeira ronda
Francisca Jorge, Maria Garcia, Ana Filipa Santos e Maria Beatriz Teixeira foram eliminadas na primeira ronda e deixaram o ITF da Quinta do Lago sem portuguesas no quadro principal de singulares, mas nos pares haverá três jogadoras “da casa” nos quartos de final e pelo menos uma delas seguirá para a fase seguinte. Organizado pelo The Campus — o complexo multidesportivo que está situado no coração da Quinta do Lago — com o apoio da Federação Portuguesa de Ténis, este ITF de 40.000 dólares acontece entre os dias 8 e 15 de outubro.
Maior esperança da comitiva lusa no torneio, Francisca Jorge (esta semana no 256.º lugar do ranking WTA) lutou de igual para igual com a letã Darja Semenistaja (133.ª), mas cedeu perante a resistência da segunda cabeça de série ao cabo de 1h28 e pelos parciais de 6-4 e 6-4.
Recém-chegada de Lisboa, onde ficou a dois pontos de atingir a final de outro ITF de 40.000 dólares, mas em terra batida, a melhor tenista portuguesa da atualidade teve armas e condições para obter outro resultado. No entanto, o ténis reto e muito assertivo (pouquíssimos erros não forçados) desmontou a vimaranense de 23 anos, que chegou a dispor de três pontos de break consecutivos ao 3-2 da segunda partida.
“Foi um encontro difícil, em que não tive sensações muito boas. Ela tem um estilo de jogo diferente, é muito lutadora e isso dá-lhe muito mérito. Hoje a despesa foi maioritariamente minha. Não estava assim tão longe de conseguir [outro resultado], mas no primeiro set levei o break com a bola já gasta, sem fazer mossa, e as coisas acabaram por cair para o outro lado. Isso tirou-me energia no início do segundo set, mas inconscientemente comecei a ser mais agressiva, sem pensar no resultado, e as coisas viraram, mas não concretizei um 0-40 quando liderava por 3-2 e ela ganhou vida. Teve mérito, mas também houve demérito meu porque não soube passar para cima e jogar para ganhar“, analisou após a derrota.
Antes de Francisca Jorge já tinham sido eliminadas duas das jogadoras que foram contempladas com wild cards.
A algarvia Maria Beatriz Teixeira jogou pela primeira vez o quadro principal de um torneio internacional e perdeu por 6-0 e 6-0 contra a turca Berfu Cengiz (237.ª) em 33 minutos.
Já Ana Filipa Santos realizou o primeiro encontro depois de romper o ligamento cruzado anterior e fraturar o menisco interno do joelho esquerdo, no início de novembro de 2022. A tenista de Santiago do Cacém (atualmente sem ranking WTA devido à longa ausência do circuito) cedeu pelos parciais de 6-1 e 6-0 perante a qualifier francesa Amandine Hesse (408.ª e ex-154.ª).
Ao natural favoritismo de Hesse, que já tinha somado duas vitórias no qualifying, juntaram-se a falta de ritmo e sensações competitivas de Santos, que sofreu a grave lesão durante um treino de preparação para o Campeonato Nacional Absoluto.
“Sem dúvida que foi bom regressar e voltar a sentir a entrada no campo e as borboletas na barriga”, disse entre sorrisos. “Entrei para o encontro sem pensar no resultado. Queria fazer aquilo que tinha treinado, porque acho que evoluí muito nos treinos, mas infelizmente não consegui pôr isso em prática. Defrontei uma jogadora muito assertiva e muito consistente e senti algum medo que também fez com que me mantivesse longe do jogo. Não entrei para ganhar. Queria jogar e voltar a sentir as sensações de competir e isso fez com que não desfrutasse, nem fizesse aquilo que queria. Mas acontece, foi o primeiro encontro depois de muito tempo e foi bom voltar a ter estas sensações. Hoje apanhei todas as possíveis.”
A outra tenista portuguesa a ficar pelo caminho na jornada desta quarta-feira foi Maria Garcia. Atual campeã nacional de sub 18 e número 1357 WTA, a lisboeta de 17 anos perdeu por 6-1 e 6-2 com a neerlandesa Eva Vedder (318.ª em singulares e campeã de pares do Del Monte Lisboa Belém Open no último fim de semana) num encontro que, como explicou, teve dois parciais que, apesar de semelhantes em números, foram bastante diferentes.
“Foi uma exibição longe do que eu queria. O primeiro set foi muito mal conseguido, cometi muitos erros e dei muitos bónus. No segundo tive algumas oportunidades porque encontrei o ponto fraco dela, a esquerda, mas depois chegava o momento e não conseguia fechá-las. Isso deu-lhe oxigénio e ela foi superior, portanto há que dar mérito. O que interessa é fechar os jogos e eu não os fechei”, lamentou antes de contar que planeia aproveitar os próximos torneios do Algarve para continuar a ganhar experiência entre as profissionais antes de voltar a jogar torneios do circuito júnior.
Nos pares, Ana Filipa Santos regressou ao court e apurou-se para os quartos de final ao lado da alemã Kathleen Kanev ao vencer a compatriota Sara Lança e a sueca Tilde Stromquist por 6-4 e 6-1 em 70 minutos.
Desta forma, Santos e Kanev agendaram encontro com as irmãs Francisca Jorge e Matilde Jorge, as campeãs em título deste The Campus Carby Ladies Open (em 2022 pertencia à categoria de 25.000 dólares) que por serem as segundas cabeças de série ficaram isentas da primeira ronda.