Gauff: «Depois de Roland Garros senti que tinha de começar do zero»

Por José Morgado - Setembro 10, 2023
gauff

Coco Gauff, a nova campeã do US Open, aos 19 anos, aparece muito articulada — como sempre — na sua primeira conferência de imprensa enquanto campeã de Grand Slam. A jovem não fugiu às questões colocadas.

NERVOS INICIAIS E CELEBRAÇÃO FINAL

Entrei no encontro como se fosse outro qualquer. Sinceramente, não estava nervosa. Defrontei uma grande jogadora e ela começou melhor. No final foi uma emoção. Abracei o meu pai e ouvi-o logo a chorar. Isso surpreendeu-me. Sabia que a minha mãe iria chorar, independentemente do resultado, mas o meu pai não.

EM QUE MOMENTO MUDOU DE MENTALIDADE

Talvez em Roland Garros. Aí senti a pressão da defesa dos pontos. A partir daí tinha de começar do zero. Depois veio Wimbledon e uma derrota muito complicada. Mas sentia que estava a jogar bem e o verão foi aquele que sabemos.

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QUANDO ACHOU QUE PODIA VENCER

Tive uma visões na noite anterior. Pensei sobre isso mas tentei fazê-lo o menos possível para que não se repetisse o que aconteceu em Roland Garros. Queria muito, mas tentei pensar menos. Depois do primeiro set, apesar de ter perdido, sentia-me dentro do encontro. Sentia que estava na minha raqueta.

ALIVIADA?

Cem por cento. Não é a emoção mais predominante, mas está lá. A maior é a felicidade. Feliz por mim, mais do que por qualquer outro fator. Aceitei tudo o que se disse sobre mim. Positivo e negativo. E aqui estou. Sinto que é um grande feito e agora quero continuar.

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 13 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: josemorgado@bolamarela.pt