Gauff critica declarações de Sabalenka: «Não é justo dizer isso»

Por Nuno Chaves - Junho 8, 2025
Foto: EPA

Coco Gauff conquistou Roland Garros pela primeira vez na carreira após bater Aryna Sabalenka mas, no final, as duas trocaram ideias mais quentes.

A bielorrussa afirmou em conferência de imprensa que se tivesse perdido na meia-final para Iga Swiatek, a polaca iria vencer Gauff na final. Ora, a norte-americana não gostou e respondeu à número um do mundo.

PALAVRAS DE SABALENKA

Não estou de acordo. A última vez que joguei contra ela, sem desrespeitar a Iga, ganhei em três sets. Não creio que seja justo dizer isso porque pode acontecer qualquer coisa. Sinceramente, devido à forma como jogou a Aryna nas últimas semanas, era a favorita a ganhar. Era a melhor pessoa que podia ter jogado porque é a número um do mundo. Era a melhor rival. Creio que joguei o encontro mais difícil, dadas as estatísticas. Como a Iga é a campeã aqui, seria também um encontro difícil. Jogasse contra quem jogasse tinha muitas esperanças de ganhar e tinha essa convicção. Se alguém me perguntasse contra quem queria jogar teria preferido enfrentar a Iga porque a Aryna jogou muito bem. As coisas aconteceram como aconteceram e é por isso que estou aqui.

CONDIÇÕES DIFÍCEIS

Foi super complicado. Assim que saí senti o vento e percebi logo que seria difícil, porque não tínhamos o teto fechado. Sabia que tudo ia depender da força de vontade e do aspeto mental. Tudo se decidiu naqueles últimos pontos mas, no geral, estou super contente com a luta de hoje, não foi bonito mas o trabalho está feito, que é o que importa.

DIFERENÇAS COM O PRIMEIRO GRAND SLAM E A FINAL PERDIDA COM SWIATEK

O primeiro Grand Slam foi mais emotivo, mas este foi mais complicado. Quando ganhas o primeiro, não queres ficar por aí, este é especial porque, desde pequena, era o torneio em que mais me via a vencer. Tinha de ir atrás disso e foi isso que fiz contra a Aryna. Lembrei-me da cerimónia em que a Iga ganhou, tentei estar atenta a tudo e queria viver essa experiência um dia. Quando o hino tocou, recordei esse momento. Foi duro, duvidei de mim própria, de se algum dia conseguiria, especialmente a nível mental. Chorei antes do jogo, estava nervosa e nem conseguia respirar. Hoje estava mesmo preparada. Disse para mim mesma: ‘Vou dar tudo. Aconteça o que acontecer, vou estar orgulhosa do resultado’.

DESILUSÃO APÓS O PRIMEIRO SET

Foi dececionante, porque tive muitas oportunidades nesse tie-break e ela jogou bem nesse set, por isso foi importante. Disse para mim mesma que tinha de tentar outra vez e não jogar da mesma forma. Tentei ser mais agressiva no segundo set e resultou. Depois, no terceiro, sabia que ela ia subir o nível. No primeiro jogo, ela jogou bem. Tinha de tentar estar ao mesmo nível e correr. Sei que é muito difícil bater mais forte do que ela. Tento apenas devolver a bola para o outro lado, em modo defensivo, mas com o vento era também importante meter o maior número possível de bolas dentro do court, simplesmente porque era complicado. Movimentas-te com os pés, a bola mexe-se e os golpes que seriam bons num dia normal hoje estavam péssimos.

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Jornalista na TVI; Licenciado em Ciências da Comunicação na UAL; Ténis sempre, mas sempre em primeiro lugar.