Gasquet diz adeus com um sorriso: «Foi o final perfeito para mim»

Por Pedro Gonçalo Pinto - Maio 30, 2025
gasquet

A extraordinária carreira de Richard Gasquet chegou ao fim em pleno Court Philippe Chatrier, com Jannik Sinner no outro lado da rede. O número um do Mundo foi mais forte do que o veterano francês, mas isso acabou mesmo por deixar Gasquet com a sensação… de que o adeus não podia ter sido escrito de forma mais perfeita.

AMOR PELO TÉNIS

Adoro o ténis, o simples facto de jogar. Desde criança podia jogar no clube com o meu pai e adorava, agora imaginem fazê-lo num estádio cheio como aqui, é incrível. Joguei toda a minha vida com muito público, esforcei-me ao máximo para competir e viver as sensações incríveis de defrontar os jogadores jogadores num lugar como Roland Garros ou Wimbledon. Tive muita sorte por ficar durante tanto tempo no circuito, tenho grandes recordações, mas agora é o momento de me retirar. É estranho porque fiz isto a vida inteiro, mas algum dia tinha de parar, o ténis é assim. Tenho muita sorte por tê-lo feito num cenário assim contra o número um do Mundo. Foi o final perfeito para mim.

UM MOMENTO ESPECIAL NA CARREIRA

É difícil escolher só um, tive encontros incríveis. Alcancei meias-finais de Grand Slam, ganhei a Taça Davis, só com isso já tenho grandes recordações. Deixo a minha carreira, é a minha vida, digamos que não é normal ser tenista profissional. A partir de agora jogarei por diversão, como quando era criança, vou voltar a fazê-lo só por amor ao ténis, embora não seja profissional. Ainda tenho muita vida mesmo que me retire, não sei o que vou fazer no futuro, mas jogar ténis com os meus amigos será suficiente. Estou feliz, tenho muita sorte por ter saúde, embora vá fazer 39 anos.

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MENTALIZAR-SE QUE O FIM CHEGOU

É um pouco estranho que tudo tenha terminado, é estranho acabar aqui, porque ainda não o assimilei de todo. Estou feliz por parar com quase 39 anos, não podia ter sonhado com um final melhor porque nunca se sabe o que pode acontecer no último torneio. Nem sempre é fácil, pelo que acabar no Chatrier contra o número um é um final maravilhoso para mim. Estou muito contente pelo que pude fazer no meu último torneio, mas é estranho pensar que já não terei mais o stress, que não haverá recuperação ou treino, que não haverá ténis sobre relva. A minha mente diz que tenho de recuperar e descansar, mas estou tranquilo com a decisão de parar.

O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt