Federer: «Tive um final de conto de fadas de uma forma que nunca imaginei»

Por Pedro Gonçalo Pinto - Setembro 29, 2022

Roger Federer voltou a falar do fim-de-semana vertiginoso que viveu na Laver Cup, onde colocou um ponto final na carreira. O antigo número um do Mundo confessa que foi tudo melhor do que podia imaginar, mesmo que os resultados tenham sido todos ao contrário do que seria desejável para o seu lado.

FINAL PERFEITO

Sinto-me completo. Perdi o meu último encontro de singulares, perdi o meu último encontro de pares, perdi a voz de tanto gritar pela equipa, perdemos a Laver Cup, perdi o meu trabalho… Mas estou muito feliz! Estou realmente bem. É irónico. Toda a gente imagina finais de fantasia e para mim isso aconteceu. Tive um final de conto de fadas de uma forma que nunca imaginei.

PORQUÊ DE TERMINAR

De certa maneira tem a ver com a idade, claro. Não tinha lógica continuar. Tentei muito ao longo dos últimos anos. Quando fui operado no ano passado sabia que a recuperação ia ser muito longa e que seria preciso pelo menos um ano. Nos meus sonhos via-me a jogar de novo, mas ao mesmo tempo era realista com as minhas hipóteses de voltar. Em primeiro lugar, retiro-me por causa da minha vida pessoal. Sabia que era a decisão certa, que tinha de corrigir o estado da minha perna e que tinha de fazer uma recuperação em condições. Se me retirasse e pronto, a recuperação não ia ser a certa. Se continuasse no ativo, sabia que o ia fazer a cem por cento.

ERA PRECISO MAGIA

Mantinha as opções abertas para talvez voltar numa exibição pelo menos. Confiava em jogar 250, 500 ou Masters 1000 se as coisas corressem super bem e os Grand Slams se houvesse magia. Mas à medida que o tempo passava via que tinha cada vez menos oportunidades porque o joelho dava problemas na mesma. Foi o momento em que disse ‘Ok, eu aceito’.

POSSÍVEL EXIBIÇÃO

Vou voltar à casa de partida e ver o que faço depois deste fim-de-semana incrível. Seria incrível ter um encontro de exibição de despedida, para agradecer aos adeptos, porque a Laver Cup estava completamente esgotada antes de anunciar a minha retirada. Muita gente queria bilhetes, então era brutal ter uma ou várias exibições de despedida. Mas não tenho a certeza.

O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt