Emma Raducanu: «O meu maior sucesso é ver como melhoro dia após dia»

Por Rodrigo Caldeira - Agosto 24, 2025

Emma Raducanu (35.º) desde a edição de 2021 do US Open, torneio onde levantou o troféu, que não ganhava um encontro nesta prova. Desde então dois anos seguidos a ficar pela primeira ronda e um ano em que não chegou a tempo do torneio.

Mas como não há mal que dure sempre, este domingo, para se redimir de todas essas más experiências, a britânica iniciou o seu percurso no quadro individual cedendo apenas três jogos frente a Ena Shibahara (130.º), onde mostrou um grande nível, e que vem para fazer estragos.

ENTRAR A VENCER 

“Estou muito contente por ter ultrapassado este jogo, as primeiras rondas são sempre muito desafiantes por várias razões, como os nervos. Hoje, na verdade, sentia mesmo uma grande necessidade de ganhar este encontro, queria vencê-lo a todo o custo, por isso estou muito feliz por o ter conseguido. A Ena vinha de três vitórias, tinha passado a fase de qualificação, sabia que era perigosa por já estar bem adaptada às condições, por isso estou satisfeita com a forma como geri o jogo.”

NÃO VENCER EM NOVA YORK DESDE 2021

“Este tema estava presente na minha cabeça há muito tempo, já passaram quatro anos desde então, mas continua a ser um torneio muito especial para mim. Esta época senti-me diferente ao chegar aqui, sinto que estou a fazer as coisas certas todos os dias, mas mesmo assim esses pensamentos continuam a surgir.”

LIGAÇÃO COM O PÚBLICO 

“Adoro o público daqui, gosto muito de jogar no Armstrong, foi espetacular. Acho que Nova Iorque tem sempre uma energia diferente, há imensas coisas para fazer fora do torneio, não importa se estás na cidade, no hotel ou a caminho dos courts. Também há imenso trânsito, demorámos quase uma hora a chegar, mas isso é igual para todos. Pessoalmente, adoro todo esse barulho, o quão próxima parece a multidão, é muito diferente de Wimbledon, por exemplo. É isto que torna cada Grand Slam único e tão especial: essa sensação diferente em cada lugar onde jogamos.”

FORMA DE ENCARAR OS JOGOS 

“Gosto de estudar as minhas adversárias, embora talvez agora o esteja a fazer menos. Normalmente entro em campo com algumas ideias sobre o que elas gostam de fazer, mas prefiro focar-me em mim. Agora confio muito mais em mim própria, nas minhas capacidades, sei o que tenho de fazer em campo e não estou sempre a perguntar à minha equipa o que fazer a seguir. Essa confiança tem-me ajudado a manter o foco no jogo, em vez de me distrair à procura de respostas.”

FELIZ COM O TRABALHO DE FRANCIS ROIG 

“O melhor é o que está a acontecer agora, confio muito no trabalho que estou a fazer com o Francis nos treinos. Acho que estamos a trabalhar muito bem, a fazer as coisas certas em cada sessão, sinto que estou a melhorar. Isto é um processo diário, não se resume apenas aos jogos que vais ganhando, por isso vejo que tudo está a correr bem e, além disso, estou a desfrutar. Estou a gostar de melhorar, de sentir esse processo no final do dia, de ficar satisfeita por ter evoluído um pouco em relação ao dia anterior. Esse é provavelmente o maior sucesso, a razão pela qual me sinto tão bem neste momento.”

Apaixonado por desporto no geral, o ténis teve sempre presente no topo da hierarquia. Mas foi precisamente depois de assistir à épica meia-final de Wimbledon em 2019 entre Roger Federer e Rafael Nadal, que me apaixonei e comecei a acompanhar de perto este fabuloso desporto. Atualmente a estudar Ciências da Comunicação na Universidade Autónoma de Lisboa.