Djokovic não desiste e já está ansioso que cheguem… os Jogos Olímpicos

Por Nuno Chaves - Março 2, 2023
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Novak Djokovic, número um mundial, continua a ser uma das vozes mais ativas pela evolução do ténis e, no Dubai, voltou a abordar vários temas sensíveis e que tanto dão que falar nos bastidores da modalidade.

O tenista sérvio, um dos líderes da PTPA (a nova associação de jogadores) falou sobre assuntos como a redução do calendário ou o apoio aos jogadores com rankings mais baixos, em conferência de imprensa.

DEFENDE UM CALENDÁRIO MAIS REDUZIDO

Há demasiados interesses e órgãos do governo no ténis que decidem o calendário. No geral, creio que o ténis está num bom lugar mas devemos usar a potência e o alcance global que temos. Não estamos a usar esse potencial ao máximo. Somos um dos desportos mais vistos em todo o mundo, com mais de mil milhões de espetadores. Sinto que coletivamente temos que fazer um melhor trabalho na promoção do ténis. É um desporto muito popular e histórico. Quanto ao marketing e potencial comercial não está tão perto de todos os outros desportos globais.

EVOLUÇÃO DA PTPA

Temos um CEO. Agora temos uma equipa completa. Temos uma estrutura estabelecida com marketing, relações públicas, estratégia, análise. Realmente temos pessoas que cobrem todos os aspetos necessários de uma organização sólida. Suponho que o CEO dará mais detalhes sobre os pontos estratégicos, a direção e as prioridades. Mas para mim, o maior propósito é servir os jogadores em todos os âmbitos. Temos milhares, dezenas de milhares de jogadores que competem em todo o mundo. Lamentavelmente só 400 ou 500, tanto homens como mulheres, singulares, pares, mistos, vivem deste desporto. Isso é algo que muita gente não quer falar mas creio que é muito importante recordarmos sempre que somos, segundo algumas estatísticas, o terceiro ou quarto desporto mais vistos a nível mundial. 1.300 milhões vêm-nos mas não podemos ter mais de 400 pessoas a viver deste desporto, tanto homens como mulheres.

JÁ SONHA COM… OS JOGOS OLÍMPICOS

O desejo sempre esteve aí. Sem desejo, sinto que não há movimento em nenhum sentido dessa palavra. Tento sempre ter muito claro comigo mesmo quais são os objetivos que quero no ténis. Esta é forma como fui criado e me ensinaram algumas das pessoas-chave na minha vida. Este tipo de mentalidade realmente ajudou-me a estar sempre tão dedicado ao jogo. Lembro-me sempre a mim mesmo que é a força de vontade e o desejo de triunfar o ingrediente essencial de toda a fórmula. Respeito os Jogos Olímpicos, espero com ansiedade. Espero jogar saudável no próximo ano os Jogos Olímpicos de Paris. Vai ser na terra batida de Roland Garros, por isso, estou familiarizado com essas condições, espero que o meu melhor resultado olímpico chegue aí.

Jornalista na TVI; Licenciado em Ciências da Comunicação na UAL; Ténis sempre, mas sempre em primeiro lugar.