Djokovic e a rivalidade com Nadal e Federer: «Sentia-me como um filho não desejado»

Por Pedro Gonçalo Pinto - Junho 16, 2025
Divulgação/ATP

Novak Djokovic nem sempre teve uma relação simples com Roger Federer Rafael Nadal. O próprio sérvio, agora o único do Big Three que segue no ativo, falou abertamente sobre essa questão não deixando nada por dizer.

“O que fiz sempre foi mostrar admiração em relação eles, eram as minhas referências para os poder derrotar. Sei que talvez não era politicamente correto desafiá-los dessa maneira. Jamais tive uma palavra contra eles, mas toda a imprensa, sponsors, etc., começou a mover-se para criar uma imagem minha de vilão. Sentia-me como um filho não desejado, não entendia que as pessoas não me quisessem quando eu tentava gerar um vínculo além do ténis com os adeptos. Houve um tempo em que procurei a forma de encontrar esse carinho, mas percebi que não dava e que tinha de ser fiel à minha personalidade, ser honesto comigo e dormir tranquilo”, começou por atirar.

Mas Djokovic deixou mais uma tirada importante. “Nunca mudei a minha atitude em relação ao Rafa e ao Roger. Quando eles decidiram meter distância e ser friso comigo, eu aceitei isso. E quando decidiram aproximar-se de mim, recebi-os de braços abertos. Disse muitas vezes que com a sua retirada era como se algo de mim fase com eles, até quando o Rafa estava a preparar o adeus no ano passado eu sentia-me estranho. É evidente que foram chave no meu desenvolvimento como tenista, fizeram com que eu melhorasse constantemente, especialmente desde 2011”, acrescentou.

Nole lembrou ainda o que mais mexeu consigo contra o restante Big Three. “Foi muito especial ganhar ao Federer em Wimbledon várias vezes e ao Nadal em Roland Garros. Eram os courts deles. Por exemplo, jogar contra o Rafa no Philippe Chatrier é uma experiência única, indescritível. Sentes uma energia especial, como se tudo vibrasse. As particularidades desse court faziam com que eu sentisse que era impossível parar Nadal, que ia chegar a todas as bolas. Ao haver tanta profundidade entre a linha de fundo e o fim do court era como se não desse para fazer um winner contra ele”, recordou.

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O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt