Djokovic deixa aviso à concorrência: «Esta derrota não significa o princípio do fim»

Por Pedro Gonçalo Pinto - Janeiro 26, 2024

Novak Djokovic estava naturalmente desapontado pela derrota com Jannik Sinner nas meias-finais do Australian Open 2024. O número um do Mundo foi até questionado sobre se este era o princípio do fim, mas deixou um aviso à concorrência, garantindo que isto foi ‘apenas’ um dia muito mau na oficina.

UM DOS PIORES DIAS

Primeiro quero dar os parabéns ao Sinner pelo seu grande encontro e pelo seu grande torneio até agora. Está de forma merecida na final. Superou-me por completo. Quanto a mim, surpreendeu-me o meu nível, no mau sentido, claro. Não fiz quase nada bem nos dois primeiros sets. É um dos piores encontros do Grand Slam que já joguei. Foi uma sensação muito desagradável jogar desta maneira, mas dou-lhe muito crédito por me ter superado em tudo. Tentei, lutei e subi um pouco o nível no terceiro, mas no quarto set voltei ao mesmo.

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SEMPRE LONGE DO SEU MELHOR

Durante todo o torneio não estive nem perto do meu melhor nível. Talvez o encontro com Mannarino tenha sido excelente, mas na maioria não estive nada bem. Não joguei ao nível que costumo mostrar na Austrália. Mas claro que fiquei surpreendido com o meu nível de hoje porque não estava algo tão mau como nos dois primeiros sets, não me senti eu no court. Por isto tudo pode dizer-se que as meias-finais são um bom resultado, mas eu espero sempre o meu melhor e não estava destinado hoje.

NÃO TEVE BREAK POINTS

Essa estatística diz muito. Sinner serviu com imensa precisão e apoiou-se de forma fenomenal no serviço. É difícil descrever o que aconteceu, tudo o que fiz mal. Há muitos aspetos no meu jogo com os quais não estou nada satisfeito. A minha movimentação, a minha direita, a esquerda. Foi tudo bastante mau. Ele foi dominador e quando não enfrentas break points jogas com a mente do teu adversário porque metes muito mais pressão no seu serviço. Fez um encontro incrível.

O PRINCÍPIO DO FIM DE DJOKOVIC

Não sei. Ainda tenho grandes esperanças nos outros Grand Slams e nos Jogos Olímpicos. Isto é só o início da época e não é a sensação a que estou habituado porque a maioria das minhas épocas começou com uma vitória na Austrália. Desta vez é um pouco diferente, mas é assim. Não estive ao meu nível, mas não significa que seja o princípio do fim. Veremos o que acontece no resto da época.

O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt