This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.
Djokovic: «Consegui tudo o que procurava no ténis mas quero ainda mais»

Aos 38 anos, Novak Djokovic é um homem realizado e considerado por muitos como o melhor tenista de todos os tempos mas, apesar disso, não quer ficar por aqui.
O tenista sérvio deu uma entrevista muito interessante a Jay Shetti onde abordou os primeiros momentos da sua carreira e tudo aquilo que fez para ultrapassar Rafa Nadal e Roger Federer.
IMPORTÂNCIA DE ESTAR BEM RODEADO
Estou muito agradecido por ter estado sempre rodeado de certas pessoas desde o início da minha carreira, que me ajudaram a cuidar de mim, desde uma abordagem mais holística à multidisciplinaridade da preparação, da prevenção e da recuperação, tanto física como mental. E sobretudo sendo eu jovem e sem perceber nada disso. Não foi preciso explicarem-me, acreditei neles.
IR SEMPRE À PROCURA DE VENCER
O ténis consome a maior parte da minha vida, agora menos porque tenho dois filhos e outros interesses. Continuo a ser tenista profissional e continuo a experimentar o melhor e o pior de mim dentro de campo. E quando me dizem que fui um dos primeiros atletas a introduzir espiritualmente tudo isso em mim, diria que sim, mas continuo a surpreender-me com o facto de ainda hoje estar a trabalhar nisso, e foi muito difícil para mim aceitar essa realidade.
Quando estás no melhor momento da tua carreira sentes-te invencível, sentes que até podes caminhar sobre a água, e é uma sensação incrível. Mas quando o ego te leva a esses lugares é difícil voltar ao princípio. E talvez não se deva voltar ao princípio, mas sim encontrar um equilíbrio. No fundo, demorou tempo até eu aceitar que, por muito que tivesse aprendido e por muito que tivesse feito nos últimos 20 anos, isso não me garantia sempre encontrar uma solução — coisa que antes conseguia. E isso foi uma grande revelação para mim.
À PROCURA DE MAIS HISTÓRIA
Consegui tudo o que procurava no ténis, mas quero mais. E isso vem do propósito, da inspiração, da motivação, do amor e da paixão pelo desporto e por fazer as pessoas felizes quando me veem a jogar ténis. Sinto que continuo a expandir essa luz quando jogo, inspirando as novas gerações. Mas o meu desejo de fazer mais também vem da sensação de que não triunfei o suficiente, e isso vem das minhas origens e da relação com o meu pai. É uma batalha interior que tenho comigo próprio frequentemente.
Sinto que, enquanto tiver capacidade para competir pelos maiores títulos do meu desporto, vou continuar a jogar. E outra coisa que me inspira a seguir em frente é querer desafiar os meus limites, mental e fisicamente. Porque quando chegas aos 30 no ténis, começas a contar os dias que te faltam para a reforma, mas agora é diferente porque o cuidado com o corpo melhorou muito. Não são apenas os melhores que têm vários especialistas nas suas equipas — agora os 50 melhores também têm.
COMO GERIR OS OBJETIVOS
Em 2011, ganhei o meu primeiro Wimbledon e tornei-me número um do mundo no mesmo dia. E essa experiência só acontece uma vez na vida. A partir daí tive de definir novas metas. Tinha 23 anos e sentia que estava no melhor momento da minha carreira. Quis ganhar todos os Grand Slams e depois várias vezes cada um deles, depois quis ganhar a medalha de ouro para o meu país e depois quis fazer história, etc.
Por isso, acho que orientar mentalmente os teus objetivos é superimportante, porque a clareza é essencial para teres noção do que queres fazer. É um processo constante, porque não me sinto completamente realizado já que sinto que posso fazer mais. Mas, por outro lado, claro que me sinto realizado, feliz e orgulhoso. E estou desejoso que um dia consiga aperceber-me disso a 100%, mas enquanto continuar em atividade não conseguirei.
2011, ANO DECISIVO
Depois de ganhar o meu primeiro Grand Slam na Austrália, em 2008, estive três anos sem vencer nenhum e o Nadal e o Federer ganhavam-me sempre. Mudei de raquete, de membros da equipa, fiz de tudo para encontrar a fórmula para os vencer. Nessa altura sofria muito fisicamente e foi quando percebi que era intolerante ao glúten. Ao mudar a minha dieta, ajudou-me mentalmente, a minha recuperação melhorou e também comecei a tomar melhores decisões dentro de campo.
E foi em 2011 que experimentei essa grande mudança: estive invicto em mais de 40 jogos, ganhei três Grand Slams e tornei-me número um do mundo.
CONVERSA IMPACTANTE COM KOBE BRYANT
Numa conversa pessoal que tive com o Kobe Bryant, confessei-lhe que não gostava de rever os jogos em que perdia ou em que jogava mal, porque me custava ver-me assim. E ele disse-me que devia ver, nem que fosse uma pequena parte desses jogos, porque devia aprender com esses erros e ter a oportunidade de os corrigir no próximo jogo ou no próximo torneio. Então comecei a rever os jogos que perdia, mas nunca vejo o match point.
Leia também:
- —Swiatek chega à 50.ª vitória do ano com entrada arrasadora no US Open
- — Djokovic evita horas extra e regressa com vitória no US Open
- — Fotógrafo expulso do US Open após polémica com Medvedev diz ser “a verdadeira vítima”
- Categorias:
- ATP World Tour
- Grand Slams
- US Open