Conflitos de interesses no ténis: Djokovic, Nadal e até Ferrer também denunciados

Por José Morgado - Novembro 14, 2018

Julien Benneteau, recentemente retirado, marcou esta semana a agenda mediática nas ATP World Tour Finals ao denunciar alegados conflitos de interesse entre Roger Federer e a Tennis Australia, por causa da Laver Cup e daquilo que se passou no Australian Open desde ano. Este caso está, no entanto, longe de ser único no circuito mundial de ténis. Ao longo dos últimos tempos, uma série de potenciais conflitos de interesse tem sido denunciada, envolvendo algumas das estrelas do circuito mundial.

DJOKOVIC: Tio diretor e IMG

Goran Djokovic, o tio de Novak, foi diretor do torneio ATP 250 de Belgrado entre 2008 e 2012, ano em que a prova terminou. Djokovic venceu-a em 2009 e 2011. O tio tinha o poder de decidir as ordens de encontros e definir em conjunto com a família todos os pormenores no antes, durante e depois da prova. A partir de 2019, o mesmo Goran será diretor do ATP 250 de Sófia, que já anunciou uma série de estrelas para essa edição.

Djokovic é uma das principais figuras da IMG, empresa de detém uma série de eventos de elite, como o ATP Masters 1000 de Miami, que a partir do próximo ano se vai mudar para o Hard Rock Stadium, saindo de Key Biscane. Maria Sharapova e Kei Nishikori são outras das figuras da empresa.

NADAL. Court e torneio com o seu nome

No ATP 500 de Barcelona, o 11 vezes campeão Rafael Nadal não só joga sempre no Central, como o court… tem o seu nome, algo inédito na história do ténis mundial. A partir de 2018, o espanhol tem também um torneio… com o seu nome: o Rafael Nadal Open, Challenger vencido por Bernard Tomic na primeira edição. Nadal não deve jogar essa prova até ao final da carreira, mas nada o impediria.

Mas há mais conflitos de interesse a envolver Nadal: a Tennis Australia, a mesma federação que é parceira de Roger Federer na Laver Cup, é… parceira da academia do espanhol em Manacor.

AMERICANOS mandaram mudar o piso

No US Open, os courts foram tornados mais lentos na edição de 2018 com o objetivo deliberado e assumido de ajudar os tenistas norte-americanos, após consulta da organização a jogadores e ténis. Os campeões foram Novak Djokovic e Naomi Osaka. Não resultou…

ESPANHÓIS com dupla função

Em Valência, David Ferrer foi durante muitos anos jogador e simultaneamente dono do ATP 500 local, entretanto extinto. O valenciano partilhava esse estatuto com Juan Carlos Ferrero, ex-número um mundial. Em Madrid, no Masters 1000, Feliciano López estreou-se este ano como vice-diretor da prova (será o diretor em 2019) mas ainda assim… jogou-a.

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com