Como vai ser o top 10 no fim de 2021? Aqui está uma ideia…

Por Pedro Gonçalo Pinto - Janeiro 12, 2021
epa08834061 Novak Djokovic of Serbia (L) shakes hand with his opponent Dominic Thiem of Austria (R), who won their semi final match at the ATP World Tour Finals tennis tournament in London, Britain, 21 November 2020. EPA/ANDY RAIN

Fazer previsões do que quer que seja no desporto é sempre um risco. No entanto, decidimos levar esse conceito para outro nível e aqui desenhamos o top 10 no fim de 2021. É uma proposta ainda mais… louca, tendo em conta os tempos imprevisíveis em que vivemos, mas não podíamos deixar passar a oportunidade de imaginar aquilo que 2021 pode trazer no mundo do ténis. Há muitos pontos de interesse para esta temporada, com Novak Djokovic Rafa Nadal a partirem na frente, Roger Federer a regressar, Dominic Thiem e Daniil Medvedev a tentarem afirmar-se ainda mais, miúdos que querem dar nas vistas. Mas vamos a isso. Sem nunca esquecer que se trata de um exercício que, no fim de contas, é um risco bem grande!

Dominic Thiem – 1.º

Isso mesmo. Pela primeira vez desde 3 de novembro de 2003, o trono do ranking ATP vai ser ocupado por alguém que não se chama Roger Federer, Rafa Nadal, Novak Djokovic ou Andy Murray. O Australian Open vai ser logo decisivo nestas contas, mas a chave da época de Thiem vai estar na terra batida. Defende poucos pontos em Roma e Monte-Carlo, enquanto enfrenta a pressão de Roland Garros, onde um título seria fundamental. Há também o peso de defender o título no US Open, mas conta com uma margem soberba em Wimbledon, visto ter caído na primeira ronda em 2019. Os astros têm de se alinhar, mas avançamos com Thiem na liderança.

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Novak Djokovic – 2.º

Djokovic vai bater o recorde de Roger Federer, ao ultrapassar as 310 semanas como número 1, mas não irá terminar a 7.ª época da carreira na frente. Porquê? Terra batida. Defende os títulos de Roma e Madrid, a final de Roland Garros e logo aí há muito peso. O arranque na Austrália será fundamental para perceber a dinâmica do que se vai passar esta temporada com Nole, sendo que a crescente concorrência pode fazer com que Djokovic abane um pouco. Ainda assim, e há que dizê-lo, começa como claro favorito para terminar na frente.

Daniil Medvedev – 3.º

A margem que Medvedev pode ganhar em torneios do Grand Slam é enorme. Há a final do US Open (2019) mas, de resto, são 280 pontos a distribuir pelos outros três torneios. Depois de um final de 2020 onde se afirmou definitivamente entre a elite, o russo tem tudo para viver um ano ainda melhor caso mantenha a evolução técnica e também mental, nos grandes momentos. Se a pandemia não voltar a pregar partidas e congelar o circuito em alguma altura, Medvedev vai ser uma força complicada de travar.

Rafa Nadal – 4.º

É difícil colocar o campeoníssimo espanhol nesta posição. No entanto, diga-se que a pontuação vai ser muito próxima entre os quatro primeiros. Só não arriscamos os totais… Mas voltemos a Nadal. Tem dois títulos do Grand Slam para defender – US Open de 2019 – e resultados muito consistentes que podem complicar a vida ao espanhol nesta época. Este pode ser o ano em que há alguma quebra de rendimento e o domínio deixa de ser evidente, até porque se pode poupar fisicamente numa época que se antevê estranha.

Alexander Zverev – 5.º

Um dos fatores garantidos nas últimas épocas é Zverev oscilar entre o espectacular e o mediano. Ainda assim, 2021 será um ano em que o tenista alemão vai assentar e ter resultados mais consistentes, ficando perto até da discussão de um lugar no pódio do ranking mundial. Há muita margem acrescentar pontos nos Masters 1000, onde até tem, regra geral, conseguido mostrar-se imune à pressão que o atacou tantas vezes nos torneios do Grand Slam. Não podemos tirar os olhos de Sascha.

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Stefanos Tsitsipas – 6.º

Tem talento para chegar ao pódio e isso vai acontecer, mas não em 2021. Ainda não será desta que Tsitsipas foge completamente dos fantasmas que os torneios do Grand Slam lhe têm dado, enquanto continua com 1.300 pontos na conta devido ao título nas ATP Finals. Vai continuar a dar que falar e irá alcançar grandes vitórias, mas não o suficiente para superar nomes como Zverev, embora vá ficar perto. Ainda terá de ajustar alguns detalhes, como saber ganhar encontros mesmo quando o plano tático preferencial não está a resultar.

Roger Federer – 7.º

Que Federer vamos ter em 2021? Esta é, sem grande margem para dúvidas, a grande questão para a nova época. Essa e quantos torneios vai disputar, algo que também mexe com esta previsão. De qualquer das formas, o suíço, que vai acabar a temporada com 40 anos, irá somar resultados suficientes para se manter no top 10. Não irá arrasar, mas o talento vai valer-lhe longas caminhadas em alguns grandes torneios, como Wimbledon e eventos do Masters 1000. Não acaba fora dos 10 melhores, mas também não entra no top 5.

Jannik Sinner – 8.º

Abram alas para Sinner! O incrível miúdo italiano, de apenas 19 anos, tem um talento fora do normal e o mundo para descobrir. Será o ano para perceber como é que se adapta aos momentos de grande pressão em torneios do Grand Slam e Masters 1000, onde tem hipótese de somar pontos atrás de pontos. Pode parecer uma aposta arriscada, mas o transalpino vai furar o top 10 e acabar a disputar as ATP Finals. E em 2022? Logo se vê mas, cada vez mais, o céu parece o limite para Sinner.

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Andrey Rublev – 9.º

Vai ser extremamente complicado para Rublev repetir o incrível 2020 que teve, mesmo com uma paragem provocada pela pandemia pelo meio. Pode até nem vencer o mesmo número de troféus porque é natural existir alguma quebra de rendimento. No entanto, haverá espaço para melhorar nos Masters 1000, embora vá descer uma posição face ao posto no qual terminou 2020. Ainda assim, cuidado com ele…

Denis Shapovalov – 10.º

Havia vários candidatos perfeitamente válidos para fechar o top 10. Ainda assim, a aposta vai para Shapovalov, que irá dar um passo em frente em termos de consistência para conseguir o ‘bocadinho assim’ que lhe falta para ser afirmar nesta restrita elite. O talento está todo lá e o Australian Open, no qual caiu à primeira em 2020, irá servir de enorme motivação para o resto da temporada. Vai conquistar um grande título.

O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt