Collins e a diferença de tratamento: «Eu sou emocional. Se fosse homem era corajosa»

Por Pedro Gonçalo Pinto - Fevereiro 28, 2024

Danielle Collins vai terminar a carreira esta temporada e não quer deixar nada por dizer nesta reta final da caminhada. A norte-americana deixou críticas à maneira como se comunica o desporto feminino, traçando uma comparação face à forma como a sua própria personalidade é vista.

“É um problema da sociedade. A forma como se informa os desportos femininos é muito diferente dos masculinos. Alguém como eu, que descrevem como emocional, nos homens diriam que era apaixonada, corajosa ou destemida. Há muito a melhorar. Estou agradecida por fazer parte do desporto feminino, ainda por cima numa das modalidades mais bem pagas, mas há muito para fazer. Muitas de nós fazem coisas incríveis no court e não somos reconhecidas por isso”, atirou.

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Collins lamenta mesmo o seu próprio caso pessoal e a forma como é vista. “As pessoas às vezes sentem-se atraídas pela minha história. É uma pena porque faço muitas coisas bem no court, tanto física como mentalmente, mas as pessoas querem focar-se sempre nas minhas emoções. Parece-me triste porque trabalho duro para que se veja outro lado. As coisas em que trabalho implemento tática e fisicamente em cada encontro, mas não se fala disso. Só me rotulam de jogadora emocional, coisa que não chamam a ninguém nos homens”, rematou.

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O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt