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Cervara explica o momento em que percebeu que ia deixar de treinar Medvedev

Oito anos depois, Daniil Medvedev decidiu terminar a sua ligação com Gilles Cervara devido aos péssimos resultados que viveu nos últimos meses.
A derrota na primeira ronda do US Open foi a gota de água e, numa entrevista ao L’Equipe, o próprio treinador reconheceu que a sua saída era a única solução para o antigo número um mundial recuperar o rumo das vitórias.
UM FIM ANUNCIADO
Os resultados são o indicador do sucesso profissional e até a medida da relação entre o jogador e o treinador no ténis. Não tinham sido satisfatórios durante algum tempo. A pergunta é porquê, e tenho pensado nisso há muito tempo. Após a sua derrota na primeira ronda em Wimbledon este ano, tive a certeza de que, se os resultados não melhorassem durante o verão, algo teria de mudar. Esse ‘algo’ era a energia que rodeava o Daniil. Portanto, tínhamos de mudar as pessoas envolvidas.
US OPEN FOI DECISIVO
Falei com o Daniil depois do US Open. Foi ele próprio quem levantou a ideia: “Depois de oito anos, talvez seja hora de fazer algo diferente”. Eu disse-lhe: “Escuta, na minha opinião, é exatamente isso que é preciso fazer, porque não creio que consiga continuar a exigir-te que rendas ao nível a que estás agora. Precisas de algo novo, algo diferente, para te transformares”. A decisão surgiu de forma natural. Obviamente, sinto-me triste porque se fecha uma etapa. Mas são emoções normais e até agradáveis. Quando nos despedimos, a sensação foi leve, na verdade. Consegui falar com o Daniil e dizer-lhe com alegria: “É uma boa decisão, tenho a certeza de que te vai correr bem, estou certo de que voltarás a ganhar”. É bom para ele e para mim não ficarmos estagnados.
PREPAROU-SE PARA O ADEUS NAS ÚLTIMAS SEMANAS
Falei sobre isso com o seu agente em Cincinnati. Estava preparado. Depois de avaliar a situação com franqueza, não queria colocar o Daniil numa situação comprometida, nem a mim próprio. Se lhe tivesse perguntado: “Achas que podes continuar assim?” e ele tivesse respondido “sim”, teria sido um risco, um risco enorme. Só teríamos três meses para validar essa decisão. Claro que é possível continuar a trabalhar bem enquanto se esperam melhores resultados. Mas começar uma nova temporada assim é como ter uma espada sobre a cabeça: não há margem para erro.
AUSTRALIAN OPEN FOI INÍCIO DO FIM
Os resultados são apenas a parte visível de uma realidade mais ampla: a sua vida pessoal, a família, o trabalho diário, os objetivos, a equipa. No plano visível, as coisas começaram a correr mal depois de Melbourne e nunca voltámos ao caminho das vitórias. Mas, olhando para trás, talvez já fosse demasiado tarde. Todas as tentativas de inverter a situação fracassaram porque as causas profundas já estavam enraizadas. A energia e a estrutura enfraqueceram.
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