Borges honesto: «Se não fosse a lesão dele provavelmente não lhe ganhava, mas é um momento especial»

Por José Morgado - Maio 28, 2025
Borges

PARIS. FRANÇA. Nuno Borges fez história para o ténis português aos 28 anos, ao tornar-se no primeiro homem nacional a passar à terceira ronda de Roland Garros. No final do encontro, estava naturalmente muito feliz.

VITÓRIA COM SABOR ESPECIAL

Como é óbvio, tem um significado gigante para mim. Apesar de ter perfeita consciência e de me ter apercebido durante o encontro que ele não estava a 100%, continua a ser uma vitória muito boa para mim. Da maneira como ele estava a jogar no primeiro set estava a ser complicado e acho que não teria conseguido ganhar, apesar de sentir que conseguia fazer melhor, até porque não entrei da melhor maneira.

QUANDO É QUE SE APERCEBEU QUE RUUD ESTAVA LESIONADO

Sinceramente, no segundo eu não tinha a certeza e acho que não foi assim tão claro. Houve um ou outro winner em que eu senti ‘ok, apanhei-o’ porque não esperava ganhar o ponto daquela maneira, mas nessa altura não senti nada muito diferente. No terceiro senti-o muito atrapalhado, com a cabeça fora do sítio e já a cometer erros pouco normais. Percebi que quando o puxava para a direita ele não estava a conseguir ir tão bem e a partir do momento em que fiz o break fiquei mais à vontade.”

COMO REAGE ÀS ATENÇÕES EXTRA NESTE TORNEIO?

É a minha maneira de ser, a minha maneira de me manter focado no que tenho à minha frente. Ainda estou em competição, então tento não pensar nos segundos e terceiros significados das coisas. Simplesmente foi uma muito boa vitória para mim e quero tentar ir buscar o máximo de confiança a este jogo em vez de estar a meter-lhe um peso extra que não ajuda nada.

POPYRIN VAI SER MUITO DURO

Ele pode enganar acerca da terra batida. Vi-o jogar na semana passada em Genebra e fez um encontro espetacular. Tem um serviço que funciona em qualquer superfície e não se vê de maneira nenhuma um peixe fora de água no que toca a mexer-se na terra batida, portanto é um jogador perigosíssimo. Mas neste momento não estou nem aí, ainda tenho um par para jogar e depois logo me preocupo com o singular.”

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com