Berrettini emocionado com nível em Wimbledon: «Achava que não ia estar pronto para jogar»

Por Nuno Chaves - Julho 9, 2023

Matteo Berrettini qualificou-se para os oitavos de final de Wimbledon após demonstrar uma posição de força frente a Alexander Zverev, algo que levou o próprio alemão a colocar o italiano como um dos candidatos ao título.

O próximo adversário de Berrettini é nada mais, nada menos que Carlos Alcaraz, ainda assim, por agora, o transalpino quer desfrutar do nível que está a apresentar, um nível que ainda não tinha conseguido demonstrar em 2023.

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RESPOSTA ÀS PALAVRAS DE ZVEREV

Agradeço. Sim, tenho de dizer que me senti muito bem mas sei que isto é algo que não tenho de pensar no momento, especialmente, porque tive que recordar-me de onde vinha antes deste torneio. A atitude vai ser a mesma. Cada encontro é realmente difícil. Hoje joguei bem mas não significa nada sobre ganhar o torneio. Estou a desfrutar a cada segundo. Tenho um encontro muito duro na segunda-feira, provavelmente um dos mais duros do quadro.

SURPREENDIDO PELO PRÓPRIO NÍVEL?

Nem sequer sabia se ia jogar. Vim para cá e disse que talvez a atmosfera me ia ajudar um pouco. Realmente não estava seguro disso, não porque não queria. Para jogar um Grand Slam tens que estar preparado fisicamente, emocionalmente e mentalmente. A vontade não é suficiente. Mas fiz um grande trabalho com a minha equipa e deixaram-me decidir. Uns dias antes pensei que não estava pronto mas depois pensei que perdi demasiados torneios nos últimos anos. Não podia sair daqui sem tentar. Creio que este lugar tem algo especial, sinto um tipo de energia que não sinto em nenhum outro.

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EVOLUIR ENQUANTO JOGADOR

Nunca tinha acontecido ter jogado num Grand Slam em tantos dias seguidos. Não joguei à melhor de cinco sets todos os dias, joguei um set, depois dois. Vinha de não jogar nada e foi intenso. Creio que de certo modo me ajudou. Creio que aprendi que à melhor de cinco sets é um encontro longo. Quando perdi o primeiro set contra o Sonego estava realmente chateado mas pensei: ‘Desta a volta muitas vezes na tua carreira’. Esse tipo de atitude ajudou-me a não ficar demasiado chateado. Se me dissessem há umas semanas que ia jogar cinco dias seguidos em Wimbledon tinha assinado com o meu sangue. Passei dias na cama a pensar nos torneios que perdi, nas lesões que tive e na tristeza que sentia. Pensei que tinha de voltar e sentir-me vivo quando jogo. Essa é a energia que tenho agora. Não importa o quão cansado estou, encontro essa energia extra que talvez há uns anos não tinha.

SEGUE-SE ALCARAZ

Queres jogar contra os melhores do mundo. Jogar contra o Carlos sempre foi um prazer e uma grande luta. Lembro-me de defrontá-lo na Austrália em cinco sets e em três sets no Rio e Viena. Damos sempre o nosso melhor, ele é o número um neste momento, é o melhor jogador do mundo. Vai ser um grande desafio mas estou muito contente de ter este tipo de oportunidade. Lembro-me de o ver jogar em Roland Garros na minha televisão. Agora serei eu a enfrentá-lo e estou muito feliz com isso. Creio que isto me vai ajudar a desfrutar e encontrar essa energia extra.

Jornalista na TVI; Licenciado em Ciências da Comunicação na UAL; Ténis sempre, mas sempre em primeiro lugar.