Altmaier surpreende Sinner numa batalha épica de 5h26 em Roland Garros

Por José Morgado - Junho 1, 2023

PARIS. FRANÇA. Novo dia, novo duelo épico e nova surpresa em Roland Garros. Daniel Altmaier, número 78 do Mundo, alcançou esta quinta-feira a maior vitória da sua carreira, ao qualificar-se para a terceira ronda de Roland Garros (onde chegou aos oitavos-de-final em 2020) às custas de Jannik Sinner, número oito do Mundo e que era o único tenista do top 10 que sobrava no último quarto do quadro masculino.

Num duelo épico de 5 horas e 26 minutos, Altmaier e sua maravilhosa esquerda a uma mão inspirada no ídolo Stan Wawrinka derrotou o italiano de 21 anos por 6-7(0), 7-6(7), 1-6, 7-6(4) e 7-5. O encontro, difícil de resumir num curto texto, contou com diversos altos e baixos, mas o verdadeiro drama começou no quarto set, quando Sinner saiu de 0-3 para ficar a servir para fechar a 5-4, altura em que dispôs de dois match points — um deles salvos com uma incrível bola de sorte do alemão — mas não conseguiu concretizar. No tie-break, Altmaier foi mais forte e empurrou esse ascendente para o quinto set, onde foi quase sempre melhor, chegando ao primeiro break no sétimo jogo.

A servir para fechar uma primeira vez a 5-4, Altmaier nem jogou mal, mas Sinner exibiu-se a nível incrível para quebrar o serviço, fazer o 5-5 e fazer aquilo que parecia o início de uma recuperação… que não aconteceu. O alemão quebrou de novo e na segunda vez em que serviu para o encontro conseguiu fechar, ainda que não sem antes ver fugir um 40-0. Só fechou… ao quinto match point!

A derrota de Sinner deixa o último quarto do quadro completamente aberto, com Alexander Zverev e Grigor Dimitrov a serem os nomes mais relevantes que ainda sobram mas que, como se sabe, não vivem grandes momentos. Dimitrov, aliás, 29.º ATP, será o próximo rival de Altmaier em Paris, após derrotar facilmente o finlandês Emiil Rusuuvuori em três sets.

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 13 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: josemorgado@bolamarela.pt