Alcaraz vs. Djokovic: cinco razões pelas quais este é o encontro do ano

Por José Morgado - Junho 9, 2023

Não há volta a dar: esta sexta-feira, a partir das 13h45 (de Portugal Continental), Carlos Alcaraz e Novak Djokovic vão mesmo defrontar-se nas meias-finais de Roland Garros, num reencontro entre aqueles que têm sido os dois melhores jogadores do Mundo nos últimos largos meses. Este encontro é o mais aguardado de todo o torneio e… da temporada. As razões são muitas e relevantes, mas entendemos elencar aqui cinco:

– GANHARAM OS ÚLTIMOS TRÊS GRAND SLAMS. Novak Djokovic e Carlos Alcaraz venceram os últimos três Grand Slams que disputaram. O sérvio de 36 anos venceu os últimos dois que jogou — Wimbledon 2022 e Australian Open 2023 — e está numa série de 19 vitórias seguidas em Majors, ao passo que Alcaraz ganhou pelo meio o seu primeiro título desta categoria no US Open 2022 e venceu os seus últimos 12 encontros em Grand Slams. Incrivelmente, Djokovic não jogou o Grand Slam que Alcaraz venceu, mas o espanhol também não marcou presença no último em que o sérvio triunfou.

– TÊM SE ‘ANDADO A EVITAR’. Parece mentira, mas Roland Garros é apenas o segundo torneio da temporada em que Novak Djokovic e Carlos Alcaraz estão no mesmo quadro. Aconteceu igualmente em Roma — onde ambos perderam cedo e bem antes de se puderem defrontar — e, à segunda, vão mesmo defrontar-se, depois de cada um ter vencido cinco encontros e aumentado a série de vitórias seguidas em Majors. O único encontro entre os dois foi em maio de 2022, em Madrid, com triunfo para o espanhol… no tie-break do set decisivo.

Bola Amarela podcast, ep. 85: Bia histórica e Alcaraz-Djokovic na meia-final

– PRIMEIRO DUELO À MELHOR DE CINCO SETS. Um dos maiores aliciantes em torno deste encontro é o facto de ser a primeira vez que se defrontam à melhor de cinco sets, um formato que altera a complexão dos encontros e no qual Djokovic é, naturalmente, um maestro. O campeão de 22 títulos de Grand Slam perdeu pela última vez neste formato nos quartos-de-final de Roland Garros 2022 diante de Rafael Nadal. Antes disso, é preciso recuar até à final do US Open 2021 contra Daniil Medvedev.

– MUITA COISA EM JOGO. Este encontro é altamente aguardado também por aquilo que significa para o presente e futuro do ténis mundial. Para além da luta pelo número um — que ambos desvalorizam –, uma vitória de Novak Djokovic deixa-o à beira de um 23.º Grand Slam que o consolidará como melhor tenista de todos os tempos, ao passo que um triunfo de Alcaraz num Grand Slam, à melhor de cinco sets diante de Djokovic, não deixará dúvidas sobre quem é o melhor do Mundo neste momento.

– CONTRASTE DE ESTILOS. Há quem diga que Alcaraz tem muito de cada um dos Big 3, mas a verdade é que o ténis que neste momento Carlitos e Nole praticam não tem tantas semelhanças como isso. No Philippe Chatrier estarão frente a frente a frescura das pernas, a potência, intensidade e pujança física do ‘shotmaker’ espanhol contra a experiência, precisão e controlo tenístico e emocional do jogador que já passou mais semanas no topo do ranking ATP agora ocupado por Alcaraz.

Nós mal podemos esperar…

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com