Alcaraz: «Sei que tenho nível para ganhar um Grand Slam, mas hoje não tive para ganhar ao Zverev»

Por José Morgado - Maio 31, 2022
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Carlos Alcaraz passou esta terça-feira pela sala de conferências de imprensa após perder com Alexander Zverev nos quartos-de-final de Roland Garros e apareceu perante os jornalistas naturalmente triste, ainda que de cabeça levantada. Com muitas dificuldades para se expressar (mais do que o habitual) em inglês, foi em castelhano que acabou por dar respostas mais interessantes sobre aquilo que sentiu em court durante o encontro no court Philippe Chatrier.

COMO SAI DO TORNEIO

Saio de cabeça levantada. Lutei até ao fim, até ao último ponto e é isso que me deixa orgulhoso. Este encontro foi uma enorme lição e mostrou-se muitos aspetos em que tenho de melhorar. Não creio que jogar à melhor de cinco me tenha prejudicado, antes pelo contrário. Tive mais chances hoje tendo sido um encontro em cinco sets do que se fosse em três. Estive perto de empurrar o encontro para um quinto set e aí ninguém sabe o que aconteceria.

VAI DEMORAR MUITO TEMPO A SUPERAR A DERROTA?

Não creio. Não acho que vá ficar muito desapontado. Vou antes tentar tirar aquilo que fiz bem e houve muitas coisas positivas esta semana. Foram duas semanas incríveis, a jogar num dos maiores estádios do Mundo com muitos fãs a torcerem por mim. Não podia ter pedido mais nem melhor.

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ANÁLISE AO ENCONTRO

Entrei mal e não tive nível para derrotá-lo nos primeiros dois sets. Ele esteve sempre à frente, sempre confortável e eu sempre a tentar apanhá-lo. Isso deixou-o completamente tranquilo. Gostava de nalgum momento ter tido uma vantagem, que o deixasse mais desconfortável, mas isso nunca aconteceu em nenhum dos sets. Se tivesse ido a quinto? Não sei se ele estava mais cansado do que eu, não fiquei com essa ideia…

CEDEU À PRESSÃO?

Não creio que a pressão de entrar num torneio destes como um dos favoritos me tenha afetado. Não me via como favorito para este encontro ou para o torneio, mas vejo-me com nível para, no presente, ganhar um torneio destes. E isso não muda nada com a derrota de hoje, em que estive na luta até ao fim por passar às meias-finais. Sei que tenho nível para ganhar um Major, mas hoje não tive para ganhar ao Zverev, que é um grande jogador e tem muito mais experiência do que eu nestas situações.

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Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 13 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: josemorgado@bolamarela.pt